SAÚDE

Laboratório pedirá à Anvisa aval para uso de vacina contra Covid em bebês

Zodiac quer negociar com o Ministério da Saúde a compra das vacinas

Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás

A farmacêutica Zodiac, representante da vacina da Moderna contra Covid-19 no Brasil, pedirá o registro definitivo do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para todos acima 6 meses de idade ainda neste primeiro semestre. A solicitação incluirá, é claro, toda a faixa de crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Trata-se de uma movimentação que espelha o pedido recente da Moderna à Food and Drug Administration (FDA) reguladora de medicamentos nos Estados Unidos, realizado na última semana. O plano da Zodiac é, neste primeiro momento, negociar com o Ministério da Saúde a compra das vacinas. A Zodiac é parte do grupo Adium, conglomerado responsável por operacionalizar a vacina contra Covid-19 da Moderna em toda a América Latina.

— É nosso interesse também atuar na faixa etária dos a partir dos 6 meses. (Essa liberação) é uma necessidade, porque não existe vacina para crianças com idades de menos de 5 anos. Temos estudos, estudos robustos, para essa vacinação – diz Eduardo Issa, diretor médico da Zodiac.

No Brasil, duas vacinas são liberadas para crianças. A Pfizer, a partir dos 5 anos de idade, e a CoronaVac, a partir dos 6. A segunda, porém, pleiteia uma liberação de uso para crianças a partir de 3 anos. A solicitação tramita na Anvisa, que conta com um comitê de especialistas em pediatria e infectologia para desenhar seu parecer sobre o tema. Neste mesmo mês de abril, a Anvisa pediu mais dados ao Instituto Butantan — responsável para operacionalizar o fármaco no país — sobre o imunizante.

Primeiro semestre

A última reunião entre a Zoadiac e a Anvisa foi no dia 11 de abril. A empresa planeja entrar com o pedido para autorização de uso do produto ainda neste primeiro semestre. A produção da vacina utilizada no Brasil, porém, será internacional, sobretudo nos Estados Unidos e Europa.

A posologia da vacina é de duas doses com intervalo de 28 dias. O que muda para cada a faixa etária é a quantidade de medicamento. Os bebês, por exemplo, utilizam doses que correspondem à apenas 25% da quantidade da dose de um adulto.

— Capacidade produtiva não será um problema, vamos atender qualquer solicitação (de quantidade de doses) do Ministério da Saúde. Serão, ao todo, quatro fábricas registradas junto ao pedido da Anvisa – diz o gerente geral da farmacêutica Alexandre Seraphim.