Custos

LDO vai fixar preço máximo de obras

Ao contrário de outros anos, a LDO vai estabelecer que o custo das obras e serviços de engenharia que tiverem recursos da União inclusive de estatais, não poderão ultrapassar um teto de preço.

Em resposta às suspeitas de desvios na Petrobras investigadas pela Operação Lava Jato, o novo relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 enumera uma série de medidas que visam impedir a repetição de irregularidades em obras públicas no País. O texto foi divulgado nesta segunda-feira, 08, pelo relator, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e a medida tem aval do governo.

Ao contrário de outros anos, a LDO vai estabelecer que o custo das obras e serviços de engenharia que tiverem recursos da União inclusive de estatais, não poderão ultrapassar um teto de preço. A referência será dada por tabelas definidas pela Caixa Econômica Federal, pelo IBGE e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT).

O relatório também cria um cadastro com as principais obras públicas em curso. Essa lista será publicada na internet com informações como andamento do projeto, fase da execução e quais são os fornecedores, em linguagem acessível ao cidadão comum. A exigência vale para obras do governo com valores acima de R$ 20 milhões e das estatais superiores a R$ 50 milhões.

Justificativa

Para impedir a repetição da “maquiagem” nas contas públicas, a equipe econômica será obrigada a justificar ao Congresso quaisquer “desvios” nas projeções de receitas e despesas do Orçamento da União. Ela visa garantir maior transparência aos relatórios de avaliação, enviados pelo Executivo a cada dois meses para o Legislativo e que servem de parâmetro para o cumprimento da meta fiscal.

Com a nova exigência, o Congresso tenta ter mais controle sobre as projeções do cumprimento da meta, a fim de evitar que o governo mande, no fim do exercício fiscal, um projeto que altere os índices e que as projeções sejam mais realistas ao longo do ano.

O relatório propõe uma trava para reajustes dos servidores públicos. O texto define que nenhuma proposta que supere o limite prudencial fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) poderá ser aprovada pelo Congresso.

O desafio do Congresso é aprovar a LDO, geralmente votada em julho, e o Orçamento antes do recesso, com início previsto para o dia 23.

(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)