Líderes de organização desmantelada pela PF são goianos, afirma delegado
Um dos suspeitos de chefiar o grupo internacional foi preso em Anápolis. Outro continua foragido
Os líderes da organização criminosa desmantelada na Operação Cavalo Doido são goianos. A informação foi confirmada pelo delegado Bruno Gama, chefe da Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal em Goiás. Segundo ele, um dos suspeitos já foi detido em Anápolis, mas o outro continua foragido.
A operação foi deflagrada nesta sexta-feira (4) pela Polícia Federal para cumprir mandados contra uma quadrilha que distribuía drogas produzidas no Paraguai para os Estados de Goiás, Pará e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Estão previstos os cumprimentos de 21 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, 15 conduções coercitivas e 34 mandados de busca e apreensão, nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.
A PF estima que o grupo tenha movimentado mais de R$ 1 bilhão. Foram bloqueadas 80 contas bancárias do grupo.
O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou que será avaliado o possível envolvimento de facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), no esquema investigado.
“Vamos avaliar agora com as prisões (se tem envolvimento do PCC). Tem envolvimento do crime organizado, que o do Brasil tem muitos contatos com a criminalidade do Paraguai”, disse Moraes, após participar de um evento em comemoração aos 30 anos da Procuradoria-Geral do Município de São Paulo e de uma reunião fechada com o prefeito Fernando Haddad (PT).
Um dos objetivos de operações como a desta sexta, reforçou o ministro, é evitar uma infiltração criminosa brasileira no Paraguai e vice-versa. “Vamos intensificar isso, tomar conta não é fazer um cordão de isolamento com policiais dando as mãos, são operações como essa e aumento de efetivo das fronteiras”, disse.
Em nota, a Federal informou que se trata de uma das maiores operações da corporação nos últimos anos.
Além das ações no Brasil, a polícia paraguaia também executa ações de combate à organização naquele país. Plantios de drogas estão sendo destruídas em fazendas de propriedade dos criminosos, especialmente na região de fronteira.
Cavalo Doido
O método Cavalo Doido diz respeito ao modo de transportar a droga. Os veículos utilizados tinham bancos e acessórios arrancados e todo o espaço era ocupado com grande quantidade de drogas, sem qualquer tipo de disfarce.
“Carregado, o carro vinha em grande velocidade, sem paradas, e sem respeitar qualquer tipo de sinalização ou autoridades públicas. O objetivo era evitar perdas e chegar o mais rápido possível ao ponto onde o entorpecente seria vendido”, informa a Federal em nota.
Os investigados responderão por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, tráfico internacional de armas, adulteração de arma de fogo e porte ilegal de armas. Somadas as penas podem ultrapassar 30 anos.