Loja da Havan no Paraná é suspeita de cobrar preço abusivo de leite e arroz
A unidade da Havan de Colombo (PR), município da região metropolitana de Curitiba, é suspeita…
A unidade da Havan de Colombo (PR), município da região metropolitana de Curitiba, é suspeita de cobrar preços abusivos de itens da cesta básica. Nesta semana, o Procon-PR recebeu centenas de denúncias sobre a suposta infração e notificou a empresa. O Ministério Público do Paraná instaurou um procedimento administrativo para averiguar o caso.
Na loja da cidade paranaense, um pacote de 5 kg de arroz da marca Buriti é vendido a R$ 22,99, valor até 60% superior ao praticado no comércio da região. A caixa de um litro de leite integral da marca Piracanjuba custa R$ 7,99, mais do que o dobro do valor cobrado em estabelecimentos da Grande Curitiba.
O UOL entrou em contato com o gerente da unidade, mas ele não quis comentar o caso. A rede Havan, por meio de sua assessoria de imprensa, também informou que não iria se pronunciar.
Passou a vender comida para abrir na pandemia
Para ser considerada essencial e não precisar fechar as portas durante a pandemia do coronavírus, desde maio a Havan começou a vender arroz, feijão e outros produtos da cesta básica.
Até então, a empresa de Luciano Hang só tinha produtos de utilidade para o lar em suas prateleiras.
Pode ser multada em até R$ 8 milhões
O Procon-PR notificou a Havan de Colombo na quarta-feira (1º). A partir desta data, a empresa tem 10 dias para apresentar sua defesa e as notas fiscais de compra e venda dos produtos denunciados.
Se os valores das notas forem muito discrepantes, a empresa pode ser enquadrada por prática abusiva de preço e terá que pagar uma multa que vai de R$ 600 a R$ 8 milhões, segundo a diretora do Proncon-PR, Claudia Silvano.
“Embora não exista um tabelamento de preços desses produtos, o local da unidade da Havan (município da região metropolitana de uma capital), as circunstâncias do caso e a repercussão indicam que há indícios de prática de abuso. No entanto, só vamos poder afirmar com certeza depois da investigação”, disse Claudia.
Isso é ganância, diz consumidor em rede social
Nas redes sociais, os preços fora do comum geraram comentários e reclamações. Um post feito por um consumidor da loja, com fotos dos produtos, foi compartilhado quase 2.000 vezes no Facebook. O UOL não conseguiu entrar em contato com o cliente.
“Até pensei em deixar passar, mas é muita sacanagem!!! Em tempos onde a dificuldade financeira atinge inúmeras famílias, devido à pandemia do coronavírus, a loja Havan Colombo achando uma brecha nos decretos, passa a vender produtos considerados essências [sic] com preços altíssimos e abusivos nos produtos essenciais para alimentação!!! É muita ganância e sede pelo dinheiro”, escreveu o consumidor.
Estratégia de vender arroz não deu certo em Curitiba
A Havan de Colombo conseguiu continuar aberta graças ao arroz e ao feijão nas prateleiras, mas a estratégia não funcionou em Curitiba. Na tarde desta quinta-feira (2), a prefeitura da capital paranaense obrigou uma loja da Havan a parar imediatamente o comércio. Uma unidade das Lojas Americanas também foi fechada.
A equipe de fiscalização entendeu que os dois estabelecimentos, mesmo vendendo itens de cesta básica, não se enquadram na lista de serviços essenciais estabelecidos em decreto estadual publicado na terça-feira (30) pelo governador do Paraná, Ratinho Junior.
“A gente lamenta a atitude desses comerciantes, que infelizmente estavam contra o decreto do governo do estado e o da própria prefeitura”, disse a secretária municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, em uma live.
No Paraná, 693 pessoas já morreram por causa do coronavírus, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Somente ontem, Curitiba contabilizou 15 novas mortes, o maior número registrado em apenas um dia. Na capital paranaense, 167 pessoas já perderam a vida.