Lula aposta em derrota de Bolsonaro em 2022: ‘Pelo povo brasileiro’
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que acredita na derrota do presidente Jair Bolsonaro…
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que acredita na derrota do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022.
Em entrevista ao site argentino Página 12, o ex-presidente defendeu que o atual líder do Executivo deixará o poder não pela competição com o petista mas sim “pelo povo brasileiro” que “quer paz, tranquilidade, trabalho e bons salários”.
“Acredito que o Bolsonaro será derrotado, não pelo Lula, ou por qualquer outro candidato. Bolsonaro será derrotado pelo povo brasileiro, que vai tirá-lo do poder porque queremos paz, queremos tranquilidade, queremos trabalhar, queremos bons salários, queremos cultura, queremos esporte, queremos voltar a tomar café da manhã, estar sempre com a família, estarmos juntos sem preocupações como as que vemos hoje”, declarou.
Lula ainda reforçou as críticas à postura do presidente diante da covid-19, reafirmando que ele foi responsável “por pelo menos metade das mortes” desde o início da pandemia.
“É um tema que nós discutimos desde 12 de março do ano passado no Brasil. Temos 516 mil pessoas mortas por causa da pandemia de coronavírus e 18 milhões de casos. Isso poderia ter sido evitado se o nosso governo tivesse atuado como um governo. Ou seja, em uma crise como essa, o papel do governo é criar um comitê de crise. Isso não aconteceu”, afirmou o ex-presidente.
“O Brasil teve a oportunidade de comprar vacinas. De início, a Organização Mundial da Saúde ofereceu 70 milhões de doses e o Brasil não quis comprá-las. Agora memso existe uma denúncia de corrupção na compra de vacinas que está em uma Comissão Parlamentar. Vamos ver quais serão os resultados. Existem denúncias aqui no Brasil de que pessoas ligadas ao Ministério da Saúde do governo cobraram um dólar por vacina. O fato é que o governo não cuidou da questão do coronavírus, principalmente quando não acreditou no vírus, o negou. Disseram que era um resfriado, que não faria nada”, continuou Lula.
Segundo turno e impeachment
Em entrevista ao jornal paraense O Liberal na tarde de ontem, Lula comentou também suas expectativas para as eleições presidenciais de 2022 e um possível impeachment de Jair Bolsonaro.
O ex-presidente disse que uma possível disputa entre ele e Ciro Gomes (PDT) no segundo turno da eleição presidencial em 2022, hipótese levantada pelo ex-ministro no UOL Entrevista, “seria extraordinária para o Brasil”.
“Seria extraordinário para o Brasil que disputasse o Ciro e eu o segundo turno, sabe? Eu acho que seria uma vitória da democracia esplendorosa, como era vitoriosa a democracia quando eu disputava com o Fernando Henrique (Cardoso), com o Serra, com o Alckmin”, respondeu Lula, ao ser questionado sobre a ideia.
“Quem começou a atrapalhar isso foi o Aécio na campanha contra a Dilma e depois alguns setores da comunicação que decidiram tentar destruir a democracia negando a política, mas se o Ciro for para o segundo turno será uma vitória da democracia, eu só acho que a gente não pode ter nunca mais um fascista na presidência desse país, que nós precisamos consolidar o processo democrático brasileiro”, continuou o político, que também afirmou que “não leva para o pessoal” as críticas de Ciro contra ele.
Na mesma entrevista, Lula defendeu que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), coloque em discussão os pedidos de impeachment contra Bolsonaro, deixando claro que, mesmo se rejeitados, eles seriam importantes para o país.
“Eu faço questão de dizer que o Bolsonaro tem que ser tratado como um genocida, porque eu nunca vi ninguém tratar com tanto desrespeito a humanidade, eu nunca vi ninguém tratar com tanto desrespeito o seu povo, como o Bolsonaro desde que tomou posse e depois que começou a pandemia. Então agora eu acho que agora esse pedido de impeachment é um pedido mais robusto, porque é um pedido que envolve muita gente da sociedade. (…) Isso não implica que vai ser aprovado o impeachment do presidente, pode não ser aprovado, o Trump teve um pedido de impeachment que não foi aprovado, ou seja, o que é grave aqui é que não seja discutido o impeachment do Bolsonaro por todos os crimes que ele cometeu.”