Crise diplomática

Lula expulsa embaixadora da Nicarágua em resposta à ação de Daniel Ortega

Em resposta à expulsão do embaixador brasileiro, o governo do Brasil decidiu adotar o princípio da reciprocidade, uma prática comum em relações diplomáticas

Presidente Lula. (Foto: Reprodução/Agência EBC).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Matus, em uma reação após o governo nicaraguense ter determinado a retirada do embaixador brasileiro, Breno da Costa, do país. A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (8), durante uma reunião entre chefe do Executivo e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A informação foi confirmada pelo Itamaraty. 

A crise diplomática se intensificou na quarta-feira (7), quando o presidente nicaraguense Daniel Ortega ordenou a expulsão de Breno da Costa, motivada pela ausência do representante brasileiro nas celebrações dos 45 anos da Revolução Sandinista, realizada em 19 de julho. A falta de participação no evento foi vista como um desrespeito ao governo de Ortega, que é ex-guerrilheiro e um dos líderes do movimento sandinista.

Em resposta à expulsão do embaixador brasileiro, o governo do Brasil decidiu adotar o princípio da reciprocidade, uma prática comum em relações diplomáticas. De acordo com um comunidado da Embaixada nicaraguense, Fulvia Matus, deixou o Brasil na madrugada desta quinta-feira. 

As relações entre os dois países já estavam tensas há meses, especialmente após o Brasil congelar suas relações diplomáticas com o a Nicarágua  devido às medidas autoritárias de Ortega, como a prisão de padres e bispos e o fechamento de ordens religiosas. O Brasil, atuando como mediador entre o Vaticano e Manágua, havia pedido a libertação dos religiosos, sem sucesso.

Daniel Ortega, que governa a Nicarágua desde 2007 e foi reeleito em 2021 em um processo amplamente criticado internacionalmente, enfrenta acusações de instaurar um regime autocrático. Seu governo é apontado como repressivo, com forte controle sobre instituições e perseguição a opositores, incluindo a Igreja Católica.