Lula pede ao TSE para continuar a usar vídeo de Bolsonaro sobre venezuelanas
A campanha de Lula (PT) entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para poder…
A campanha de Lula (PT) entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para poder utilizar em sua propaganda trechos da entrevista de Bolsonaro (PL) sobre meninas venezuelanas. No domingo, o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, determinou a remoção dos vídeos divulgados pelos petistas nas redes sociais.
“A postagem realizada pela Representada Gleisi Hoffmann, em 15/10/2022, se descola da realidade, por meio de inverdades, fazendo uso de recortes e encadeamentos inexistentes de falas gravemente descontextualizadas do Representante, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente, diante da autoria de fato grave (pedofilia). Uma vez apresentado o recorte do vídeo pela Representada, a #bolsonaropedofilo foi prontamente elevada à condição de primeira colocada na rede social, o que comprova a ampla dimensão do conteúdo impugnado”, diz trecho da decisão.
Bolsonaro começou a ser associado à pedofilia no último sábado (15). Na entrevista ao canal Paparazzo Rubro-Negro, no Youtube, na sexta (14), ele disse: “Eu parei a moto em uma esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas. Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos. Arrumadinhas em um sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado de para quê? Ganhar a vida.”
A campanha do presidente, então, conseguiu no domingo vitória no TSE para que o grupo petista removesse as publicações. Os advogados de Lula dizem que não houve descontextualização e pedem que, caso seja rejeitado o pedido (mais abrangente), que a Corte permita, ao menos, o uso do vídeo com as falas sobre as meninas venezuelanas. “Conforme foi esclarecido na narrativa dos fatos, a fala de Jair Bolsonaro é clara e objetiva não havendo lacuna para promoção de qualquer descontextualização”, argumentam os advogados.
E continua: “Ora, na história narrada por ele, tem-se um senhor de 67 anos a passear de motocicleta; avista meninas novas e bonitas – que admite imaginar ter entre 14 e 15 anos; diz ter ‘pintado um clima’, volta o caminho e pede para entrar na casa dessas meninas. É nesse ponto que é impossível tarjar uma descontextualização, porque a repercussão nas mídias sociais acerca da fala de Jair Bolsonaro não são afirmações chapadas de que, naquela oportunidade, Jair Bolsonaro teria praticado algum ato libidinoso com aquelas jovens, as críticas são quanto a evidente lascívia sexual por meninas confessada por Jair Bolsonaro.”
Por fim, a campanha de Lula diz que Bolsonaro tenta responsabilizar o PT e seu grupo pela repercussão nas redes sociais por causa da fala. “Comoção natural e inerente à gravidade da declaração.”
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