Lula se opõe à instalação de CPI para investigar ataque golpista
Presidente afirma que abertura da comissão poderia resultar em uma 'confusão tremenda'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (18) que não vai apoiar a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os atos golpistas, que terminaram com a invasão e destruição nas sedes dos três Poderes.
A instalação de uma comissão vem sendo defendida publicamente por petistas e aliados, e um dos requerimentos nesse sentido no Senado já conta com as assinaturas necessárias para a abertura.
Ao justificar sua posição, Lula afirmou que uma CPI neste momento pode “causar uma confusão tremenda”.
No dia 8, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveram um grande ato golpista em Brasília. Invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, deixando um rastro de vandalismo.
Como resposta aos atos, surgiram no Congresso Nacional iniciativas para investigar dentro do parlamento os eventos, para identificar os autores, idealizadores e financiadores.
O presidente da do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a instalação de uma CPI era “muito pertinente”.
Lula, no entanto, se mostrou contrário, argumentando que as investigações já estão sendo feitas pelas autoridades competentes.
“Nós temos instrumentos para fiscalizar o que aconteceu nesse país. Uma comissão de inquérito pode não ajudar e ela pode criar uma confusão tremenda. Nós não precisamos disso agora”, afirmou em entrevista à GloboNews.
Lula na sequência explicou que as forças de segurança já estão avançando nas investigações e citou a quantidade de presos por envolvimento no ato.
Por outro lado, o presidente ressaltou que a decisão é do Congresso Nacional, mas que, se pedissem seu conselho, diria: “não façam CPI, porque não vai ajudar”.