Madalena Giordano, que viveu 38 anos em situação análoga a escravidão, fecha acordo com família Rigueira
Madalena Giordano, mulher que ficou em situação análoga à escravidão por 38 anos em Minas…
Madalena Giordano, mulher que ficou em situação análoga à escravidão por 38 anos em Minas Gerais, ficará com um apartamento e um carro da família Rigueira, que a manteve nessa situação. A transferência dos bens foi decidida em um acordo na justiça do Trabalho, celebrado oito meses depois do resgate da vítima.
De acordo com informações do G1, o apartamento é avaliado entre R$ 400 mil e R$ 600 mil e o veículo em R$ 70 mil. A proposta havia sido feita anteriormente, mas só foi homologada agora. O valor pedido pela defesa de Madalena era de mais de R$ 2.2 milhões, mas o acordo final ficou em R$ 690 mil.
A defesa de Madalena afirmou que o resultado do acordo agradou a vítima. “Nós avaliamos como uma vitória. Porque, se de um lado o pedido foi muito maior do que efetivamente se conseguiu, por outro lado sabemos que ações judiciais demoram muito tempo, podendo durar anos. Ela pediu para que trabalhássemos na conclusão desse acordo”, disse o advogado Alexander da Silva Santos.
A defesa ressaltou também que, com o acerto, ela poderá ter o controle da própria vida. “De imediato ela já tem essa chance de retomar a reconstrução da vida dela. Acho que ela estava bastante ansiosa para poder passar a ter o controle integral sobre os acontecimentos da própria vida. A partir de agora, ela tem essa possibilidade”.
A família Rigueira, por meio de nota, afirmou que ficou satisfeita com o acordo.
A vida de Madalena
A história de Madalena, que tem 47 anos, foi revelada no último domingo (20) pelo programa “Fantástico”, da TV Globo. Ela viveu desde os oito anos de idade em situação análoga à escravidão. De acordo com reportagem do UOL, ela rezava todos os dias porque acreditava que “Deus a ajudaria a ter uma vida nova”,
Foi assim que encontrou forças para sobreviver ao período em que esteve sob custódia da família Milagres Rigueira, primeiro nas cidades de São Miguel do Anta e Viçosa, por 24 anos, e depois em Patos de Minas, onde que morou os últimos 14 anos.
Em liberdade desde o fim de novembro, Madalena foi retirada da casa do professor universitário Dalton César Milagres Rigueira após denúncias de vizinhos ao MPT (Ministério Público do Trabalho). Durante todo o tempo em que prestou serviços à família, Madalena sofreu abusos e abandono em uma rotina de total precariedade, aponta o inquérito em andamento.
Com informações de agências.