Madrasta é suspeita de espancar criança de 6 anos no RJ; vítima pode ficar vegetativa
Criança foi alvo de 'socos e chutes', foi arremessada contra a parede e jogada de um barranco com altura de 7 metros
Uma criança, de apenas 6 anos, deu entrada em estado delicado no Hospital Municipal de Porto Real, município no Rio de Janeiro, com sinais de espancamento. O caso aconteceu na última segunda-feira (19) e, segundo a Polícia Civil (PC), a mãe e a madrasta da criança, que mantêm um relacionamento, são as principais suspeitas do crime. Agora, a menina corre risco de morte ou de passar a vida em estado vegetativo.
A violência teria começado porque a criança bebeu um copo de leite sem autorização das maiores. A mãe da madrasta da criança, de 85 anos, que também era vítima de agressões por parte da filha, foi quem acionou o resgate. A idosa contou que a criança foi agredida das 23 horas da última sexta-feira (16) até até o final da noite do último domingo (18). Na manhã da última segunda-feira (19), a mulher encontrou o menina “muito molinha” e sem se mexer.
A mãe e a idosa apontaram a madrasta, de 28 anos como autora das agressões. Em depoimento, as mulheres disseram que a suspeita demonstrava ciúmes constantes da relação entre mãe e filha. O relacionamento entre as duas começaram no ano passado pela internet. No novo lar, a criança não frequentava aulas, nem presenciais nem virtuais e dormia em um cômodo sem cama, sobre um colchão fino direto no chão.
A madrasta foi atuada em flagrante pelo crime de tortura, com pena de 2 a 8 anos de prisão, e que pode se agravar em caso de lesões permanentes à vítima. A genitora da criança responde pelo mesmo crime e, também, por omissão. A mãe da madrasta foi autuada por omissão, mas responderá o crime por liberdade.
Conversão de prisão
Na última quarta-feira (22), a Justiça carioca decretou a prisão preventiva das duas suspeitas pela agressão da criança. Na decisão da audiência de custódia, o juiz Marco Aurélio da Silva Adania frisa a gravidade das lesões sofridas pela vítima.
“A criança vinha sendo privada de alimentação há meses e, por conta das agressões sofridas, encontra-se internada em estado grave, apresentando hemorragia intracraniana inoperável e sério risco de vir a óbito ou permanecer em estado vegetativo”, pontua um trecho do texto.
Além disso, o juiz detalhou a violência que a menina sofrera em casa na decisão. A criança foi agredida com “socos e chutes por diversas vezes “, além de ser “arremessa contra a parede”, “chicoteada com um cabo de TV” e “arremessada contra um barranco de 7 metros de altura.” Com isso, ela foi submetida a “intenso sofrimento físico e psicológico”.
O juiz pontuou que as duas confessaram o crime na delegacia e que, na decisão, pesou o fato delas só terem socorrido a criança na manhã da última segunda-feira, quando a menina já não apresentava nenhuma reação. Além disso, o magistrado considerou o histórico de violência por parte da madrasta. “A prisão das flagranteadas merece ser mantida para a conveniência da instrução criminal, diante do fato de que as testemunhas/vítimas, por certo, sentir-se-ão amedrontadas em prestar depoimento estando estas em liberdade”, argumenta o juiz.
A madrasta da criança afirmou, em audiência de custódia, que sofreu “violência no ato da prisão”, em resposta para um questionamento de praxe para o procedimento.
*Com informações Extra e O Globo