ELEIÇÕES

Magno Malta pede voto a Bolsonaro durante evento oficial da Presidência

Ex-senador defende reeleição do presidente durante inauguração de obra no Rio Grande do Norte

Magno Malta pede voto a Bolsonaro durante evento oficial da Presidência (Foto: Reprodução)

O ex-senador Magno Malta (PL-ES) pediu voto para o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento oficial da Presidência da República nesta quarta-feira (9).

“Precisamos reconduzir esse homem ao poder, à reeleição. Depois dele, outro conservador e depois outro conservador”, afirmou Malta, em alusão à tentativa de reeleição de Bolsonaro nas eleições de outubro.

O pedido de voto de Magno Malta para o presidente Bolsonaro foi em meio ao evento de chegada das águas da Transposição do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte, em Jardim de Piranhas (RN).

De acordo com a legislação eleitoral, é proibido declarar candidatura antes da hora e fazer qualquer pedido de voto de forma explícita ou implícita. O agravante desta quarta-feira é que se trata de um evento oficial do governo federal, custeado com verba pública.

Na cidade, o presidente também participou de uma jeguiata, um passeio sobre jegues. O ato provocou aglomeração na cidade e foi realizado em meio à nova escalada da Covid-19 no país.

Viagem de Bolsonaro ao nordeste

No périplo desta semana no Nordeste, o chefe do Executivo foca as obras de segurança hídrica e busca atenuar a rejeição ao governo na região, a que mais rejeita a gestão Bolsonaro.

Na terça (8), o presidente passou por Salgueiro, em Pernambuco, e por Jati, no Ceará.

Em Jardim de Piranhas, onde aconteceu a jeguiata, Bolsonaro participou de ato para a chegada das águas do rio São Francisco ao Rio Grande do Norte.

Obra estudada para execução por Dom Pedro 2º, no Brasil Imperial de dois séculos atrás, a transposição foi iniciada em 2007, durante o segundo mandato de Lula.

A previsão inicial de conclusão era 2012, mas o prazo não foi cumprido. Passou por diversas prorrogações, com a primeira etapa sendo inaugurada somente em 2017, por Michel Temer (MDB).

O custo das obras também não ficou estático e saltou de R$ 4,5 bilhões para R$ 12 bilhões. Ao todo, são 477 km de canais de água.

Quando todas as estruturas e sistemas complementares nos estados estiverem em operação, cerca de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte serão beneficiadas.

A transposição é apontada como diretriz para revitalização econômica do Nordeste pelo fato de ser a maior obra hídrica do país.

A paternidade da transposição do São Francisco é disputada por diferentes atores da política nacional. O embate mais recente começou quando Temer inaugurou um trecho da obra durante o seu governo, provocando reação dos petistas Lula e Dilma Rousseff.

Jair Bolsonaro, por sua vez, faz críticas aos ex-presidentes petistas por não terem concluído as obras da transposição.

O atual presidente alega em discursos que, mais importante que anunciar novas obras, é concluí-las. Já os adversários dizem que o presidente não tem agenda própria e usa a sobra de ativos dos governos anteriores.