Maioria vê 2022 com otimismo e espera que emprego volte a nível pré-pandemia
Para 52% dos moradores da capital, rendimentos serão maiores no próximo ano, mostra Datafolha
Você se sente otimista em relação à sua vida no ano que vem? Entrevistados pelo Datafolha, 85% dos paulistanos dizem que sim; 61% se dizem mesmo “muito otimistas”, resposta que é ainda mais comum entre os mais pobres do que os de maior renda.
Há mais gente esperançosa com o futuro imediato em geral do que com os rendimentos do trabalho (para 52%, vai aumentar) ou com a expectativa sobre o poder de compra (para 43%, será maior).
De qualquer modo, a perspectiva de dias melhores se reflete na possibilidade de comprar mais bens ou ter acesso a mais serviços, especialmente plano de saúde, casa e carro (de 2020 para 2021, a proporção de paulistanos com carro de lazer caiu de 52% para 39%).
Para o Datafolha, 72% dos entrevistados dizem que terão casa própria em 2022 (ora são 56%) e 56% contam que terão plano de saúde (atualmente, 37% têm). O ânimo parece se basear na esperança de que a situação do emprego seja ao menos parecida com àquela anterior ao início da pandemia, no começo de 2020.
Antes da Covid, 38% dos paulistanos eram contratados com carteira assinada, segundo informações que deram ao Datafolha no mês de junho. Nessa mesma rodada da pesquisa, apenas 28% diziam manter esse tipo de emprego.
A perda do emprego com CLT afetou mais as mulheres (queda de 13 pontos) do que os homens (baixa de 6 pontos). O desemprego médio passou de 4% para 8%. No ano que vem, o desejo dos paulistanos é que a taxa de empregados com CLT volte ao que era antes da epidemia e, claro, que o desemprego seja menor.
A expectativa é realista? Por ora, a recuperação do terreno perdido na recessão da Covid é mais rápida do que o esperado. É possível que o PIB cresça 5,3%, o suficiente ao menos para compensar a perda de 2020, segundo a mediana das estimativas de economistas compiladas semanalmente pelo Banco Central no Boletim Focus. No entanto, a recuperação do emprego é mais lenta. Grosso modo, as opiniões parecem convergir para a ideia de que o número de pessoas ocupadas em meados de 2022 seja semelhante ao do início da pandemia.
Vai ficar um tanto mais caro financiar uma casa ou um carro, embora a mudança do nível de juros talvez não seja o maior empecilho à compra desses bens (é possível que a incerteza sobre o futuro da economia pese mais).