FIGURA DE LINGUAGEM?

“Mandato é personalíssimo”, diz jurista sobre Daniel representar Maguito administrativamente

Nesta segunda-feira (30), o prefeito Iris Rezende (MDB) disse que o presidente do MDB Goiás…

Nesta segunda-feira (30), o prefeito Iris Rezende (MDB) disse que o presidente do MDB Goiás e filho do gestor eleito Maguito Vilela (MDB), Daniel Vilela, tem autoridade “para assumir a chefia administrativa” de Goiânia enquanto o pai estiver internado. Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-GO, Wandir Allan diz que não é bem assim. “O mandato é personalíssimo”, afirma.

“Ele pode ser nomeado secretário de Governo, ou em uma secretaria de Gestão Integrada, mas isso não seria em substituição ao pai. O que pode ser feito é encaminhar uma reforma administrava à Câmara, criando uma super secretaria”, pontuou.

De acordo com ele, “o mandato é personalíssimo. Não é a família, é o candidato”. Ele explica que somente o vice pode substituir, ou alguém delegado por aquele que esteja na chefia do Executivo.

“No caso do Maguito não ter condições de assumir, o vice, Rogério Cruz (Republicanos), pode delegar alguém para representá-lo em eventos oficiais. Mas ele estará designando.”

Transição

Questionado sobre a transição, ele afirma que Daniel Vilela pode representar o MBD, ou Rogério Cruz pode designá-lo para isso. “Por si mesmo ele não pode. Ele precisa designado.”

Advogado eleitoral, Bruno Pena reforça que, em relação a “participação”, não há dispositivo legal que impeça na transição. Contudo, depois de que o vice Rogério Cruz (Republicanos) for empossado, somente ele poderá representar Maguito em eventos oficiais, bem como assinar.

Entrevista de Iris

Ainda nesta manhã, Iris disse: “A cidade toda vai entender, que é na verdade um líder jovem, cheio de vida e experiência. E tem ao lado dele um vice dotado de todas as qualidades necessárias para um administrador, um homem público.”

Questionado se o papel de liderança administrativa não seria do vice e não do presidente do partido, Iris retrucou dizendo que não se trata do presidente do partido, “mas do filho do prefeito eleito que está hospitalizado” e o vice-prefeito eleito, Rogério Cruz, como seu companheiro, “que não foi escolhido a toa”, pois tem experiência, espírito público e uma vida “extraordinariamente bela”.

“Entendo que numa administração não podemos ficar medindo ‘você só pode isso, você só pode aquilo’, aqueles que querem bem a cidade devem participar”, concluiu. Pessoas próximas ao prefeito de Goiânia informaram que se tratou de uma figura de linguagem. Que seria no intuito de uma liderança informal, sem atuação, de fato, nas questões oficiais, que caberiam ao vice.