Contra as Reformas

Manifestações da Greve Geral levam centenas de pessoas ao Centro de Goiânia

Os protestos foram organizados em todo o País, por diversas categorias, contra as reformas trabalhista e previdenciária em tramitação no Congresso Nacional

Os atos relacionados à Greve Geral organizados por diversas frentes sindicais mobilizaram centenas de pessoas em frente a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em Goiânia. Os protestos foram realizados em todo o País, por diversas categorias, contra as reformas trabalhista e previdenciária em tramitação no Congresso Nacional.

Em Goiânia, o ato principal teve início logo nas primeiras horas da manhã. Integrantes de entidades sindicais como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e União Geral dos trabalhadores (UGT) estiveram em frente à Casa Legislativa, com cartazes e carros de som, gritando palavras de ordem contra as medidas do governo federal. Em seguida, marcharam pelas ruas do Centro em direção à Praça do Bandeirante, no cruzamento entre as Avenidas Anhanguera e Goiás. Devido à movimentação, ônibus e demais veículos tiveram trajetos desviados no decorrer da passeata.

De acordo com a CUT, cerca de 60 mil pessoas participaram da manifestação, que contou com trabalhadores de diversos segmentos, como professores, comerciários, vigilantes, odontólogos, metalúrgicos, motoristas, advogados, técnico-administrativos, servidores dos Correios, operadores de teleatendimento, além de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do PT e do PCdoB. A Polícia Militar acompanhou todo o protesto, mas não divulgou estimativa do número de participantes.

Ato teve início em frente à Assembleia Legislativa de Goiás (Foto: Murillo Soares/Mais Goiás)

Ao Mais Goiás, o diretor geral da CUT, Ricardo Manzi, afirmou que a mobilização contou com o respaldo de diversas categorias públicas e privadas contra as reformas trabalhista, previdenciária e de terceirização. “Quanto à reforma trabalhista, é importante destacar que essa matéria, que está em tramitação no Congresso, já aprovada na Câmara dos Deputados, não foi discutida com a sociedade nem com os trabalhadores”, disse.

Para ele, os projetos citados têm como finalidade diluir direitos dos trabalhadores. “É um processo que caracteriza retrocesso dos direitos sociais no Brasil, conquistados duramente pela classe trabalhista ao longo de vários anos”, pontuou.

João Pires Júnior, coordenador geral do Fórum Goiano Contra as Reformas, salienta que, além de Goiânia, outras 27 cidades do Estado tiveram atos nesta sexta-feira. “Queremos demonstrar ao governo que não vamos aceitar passivamente a retirada de direitos dos trabalhadores”, disse.

De acordo com a Polícia Militar, até o fim da manhã não foram registrados atos de violência ou confrontos referentes às manifestações. A única ocorrência dizia respeito à apreensão de pneus e gasolina que estavam com manifestantes na região central de Goiânia.

Apesar disso, no início da tarde, pouco depois do meio-dia, um grupo de integrantes do movimento intitulado Frente Atifascista depredou uma agência do Banco Bradesco, provocando reação da Polícia Militar que utilizou cassetetes, balas de borracha e bombas de gás. Os manifestantes revidaram com pedradas e um deles acabou ferido, sendo atendido em seguida pelo Corpo de Bombeiros.

Estudante é ferido após depredação de agência bancária dar início a confronto entre grupo de manifestantes e a PM (Foto: Murillo Soares/ Mais Goiás)

Além do centro

Longe da Assembleia e da Praça do Bandeirante, outros protestos na Região Metropolitana de Goiânia também marcaram esse dia de Greve Geral.

No início da manhã, manifestantes bloquearam a GO-060, no sentido Goiânia/Trindade, incendiando pneus na pista. O fluxo foi liberado depois da chegada da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, que controlou as chamas.

O Eixo Anhanguera também foi alvo de manifestantes, que impediram a saída de ônibus da garagem da Metrobus. Com isso, alguns terminais tiveram seu fluxo prejudicado, mas a situação foi normalizada por volta das 10h.

Servidores da Educação ligados ao Simsed protestaram em frente à Secretaria de Educação e definiram pela manutenção da greve da categoria

Rodovias federais, como as BRs 050 (km 282, perímetro urbano de Catalão) e 060 (km 96, em Anápolis, em frente a Universidade Estadual de Goiás) também foram bloqueadas por dezenas manifestantes. A primeira, por representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão, e a segunda, por estudantes da UEG, que além de protestarem contra as reformas pediam melhorias na instituição. Ambas as vias foram liberadas em momentos diferentes após algumas horas de bloqueio.

Em frente à sede da Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME), professores e outros servidores da Educação protestaram e decidiram pela manutenção da greve da categoria.

No Detran, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e entidades filiadas fecharam a entrada de veículos, inclusive os com provas marcadas. O intuito, segundo a entidade, era chamar a atenção da sociedade para o grande prejuízo que os trabalhadores terão, caso as reformas previdenciária e trabalhista sejam aprovadas da forma como estão pelo Congresso Nacional.