Paraisópolis

Manifestantes fazem ato contra as nove mortes dos jovens de Paraisópolis, em SP

Os jovens mortos na ação da Polícia Militar já foram identificados: eles tinham idades entre 16 e 23 anos

O fim da manifestação aconteceu apenas após às 21h

Manifestantes protestaram na última quarta-feira (4) contra as nove mortes de jovens após ação da Polícia Militar (PM-SP), em Paraisópolis. O ato aconteceu em frente da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP). “Chega de chacina, eu quero o fim da PM assassina”, gritava o movimento negro.

Vários morreram pisoteados durante a confusão, mas alguns familiares descartam a hipótese com base no estado das roupas e dos ferimentos nos corpos. Em entrevista, um dos militantes, membro da Coalizão Negra por Direitos, lembrou a quantidade de mortes de jovens negros no país. “A morte de negros é a coisa mais natural na história desse país. A morte de jovens negros em favela não comove mais a sociedade”, relatou  Douglas Belchior. O fim da manifestação aconteceu apenas após às 21h.

Veja quem eram os nove jovens mortos durante ação da PM:

Manifestantes fazem ato contra as nove mortes dos jovens de Paraisópolis, em SP
Da esquerda para a direita: Gustavo Cruz Xavier, 14, Dennys Guilherme dos Santos Franco, 16, e Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16 (primeira fila); Denys Henrique Quirino da Silva, 16, Luara Victoria Oliveira, 18, e Gabriel Rogério de Moraes, 20 (segunda fila); Eduardo da Silva, 21, Bruno Gabriel dos Santos, 22, e Mateus dos Santos Costa, 23 (terceira fila) (Foto: Reprodução)

As vítimas foram identificadas e tinham idades entre 14 e 23 anos de idade: Gustavo Cruz Xavier, 14, Dennys Guilherme dos Santos Franco, 16, Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16, Denys Henrique Quirino da Silva, 16, Luara Victoria Oliveira, 18, Gabriel Rogério de Moraes, 20, Eduardo da Silva, 21, Bruno Gabriel dos Santos, 22, e Mateus dos Santos Costa, 23.

A primeira vítima identificada foi Marcos Paulo, de 16 anos. Ele era estudante e morava no Jaraguá, zona norte de São Paulo. A família não sabia da ida do jovem ao baile, pois ele tinha dito à avó que iria comer uma pizza com amigos. Já Denys, de também 16 anos, morava com os familiares em Pirituba, zona oeste de SP. A família não acredita que ele tenha morrido pisoteado, pois o corpo e a roupa não tinham sinais de marcas de sapatos.

Dennys Guilherme, 16, era ex-aluno da Escola Estadual José Talarico, no distrito de Vila Matilde, na zona leste e Gustavo Cruz Xavier, 14, foi a vítima mais nova e morava em Capão Redondo, também na zona sul.

O jovem Gabriel Rogério tinha 20 anos e morava em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. O corpo foi reconhecido pelos pais no IML. Mateus dos Santos, 23, morava em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Alguns familiares disseram que ele costumava relatar truculência policial na dispersão dos frequentadores daquele e de outros bailes de favela em que frequentava.

Bruno Gabriel dos Santos, 22, foi no baile para comemorar o aniversário e Eduardo Silva, de 21 anos, morava em Carapicuíba. Ele deixa um filho. Luara Victoria, de 18 anos, foi a única mulher entre as vítimas e de acordo com familiares, gostava de frequentar o baile em Paraisópolis.

*Com informações dos sites Cut Brasil, UOL e Veja