Assédio

Marcius Melhem expõe mensagens e afirma ‘nunca agarrei Calabresa’

O ator e ex-diretor da Globo, Marcius Melhem, deu declarações em entrevista a Roberto Cabrini, no Domingo Espetacular

Marcius Melhem afirmou que nunca tentou agarrar Dani Calabresa à força durante uma festa em entrevista a Roberto Cabrini no Domingo Espetacular deste domingo (20). O ator e ex-diretor da Globo expôs mensagens de texto e áudio trocadas com a humorista para defender a tese de que é alvo de uma vingança. “A minha vida foi destruída”, justificou.

O comediante disse que temia pela própria vida até mesmo ao se encontrar com o repórter em um hotel no Rio de Janeiro para uma conversa no último sábado (19). “Eu nem queria sair de casa, porque estou sendo ameaçado de morte e de espancamento”, confidenciou o artista.

Ele classificou como mentirosa uma reportagem da revista Piauí que o acusa de ter exibido o pênis e lambido o rosto de Calabresa em uma comemoração do Zorra em novembro de 2017. “Eu tenho duas filhas. Se eu tivesse feito aquela descrição do banheiro do bar, eu nem teria olhado nos olhos dela”, justificou.

“Se isso tivesse mesmo acontecido, a festa teria acabado. Imagina, uma atriz que sai chorando e é amparada por colegas. Não existiu nada, a gente brincou no palco e até aí tudo bem. Se você olhar o grupo de atores no dia seguinte, todos estão apenas comemorando. Eu e Dani trocamos mensagens. Não teve nenhum constrangimento”, acrescentou.

Melhem frisou que sofre perseguição de Mayra Cotta, que representa um grupo de seis mulheres que o acusam de assédio sexual e moral no período em que esteve a frente do humor da Globo. “Por que uma advogada vem a público destruir uma carreira sem uma causa ou processo? Ela quis destruir o meu nome perante à opinião pública”, ressaltou.

Relações consensuais

Marcius revelou que teve relações consensuais com mulheres que trabalharam com ele nos bastidores da Globo. “Muitas vezes longas, de um ano ou dois. Elas não ganharam nada por causa disso. Claro que pode haver uma zona cinzenta, mas nunca foi algo explícito”, explicou o artista, que se arrepende apenas de trair a ex-mulher Joana Rosenfeld.

“Eu nunca tive problemas em pedir desculpas, especialmente para ela. Uma pessoa incrível, a mulher que eu mais amei. Eu fui até ela e confessei todas as traições”, contou ele, que diz não guardar manchas dos 17 anos de Globo. “Eu não cometi maldades com ninguém. Nunca fiz um ato de violência com quem quer que seja”, assegura.

Ele também descarta as denúncias por importunação moral. “Eu nunca usei o meu poder para me relacionar com qualquer pessoa que seja, nem nunca troquei favores. Nem coagi ninguém”, acrescentou o autor.

Reportagem explosiva

Melhem questionou as 43 pessoas ouvidas pelo jornalista João Batista Jr. para a reportagem publicada na edição de dezembro da revista Piauí. Ele estranha que nenhuma das testemunhas quis revelar a identidade, além de apontar supostos furos na linha do tempo dos acontecimentos.

“O que aconteceu comigo e Dani Calabresa só falo na Justiça, porque não vou expor ninguém. Eu nunca agarrei a Dani. Essa narrativa não é nem fantasiosa, ela é falsa. Eu nunca imobilizei ninguém na vida, é essa descrição que está me causando problemas. Eu nem sei quantos braços eu tenho para agarrar, bater a cabeça de alguém na parede e abrir o zíper”, reclamou.

O humorista chamou a matéria de “um delírio de alguém que quer muito me prejudicar ou encorpar uma narrativa de assédio”. Ela ainda apontou que as pessoas que querem apoiá-lo publicamente estão sendo coagidas a não fazerem para não serem canceladas.

“Olha o que aconteceu com Letícia Spiller, que foi fazer um comentário a meu favor e precisou pedir desculpas. Hoje de manhã eu recebi a ligação de uma atriz conhecida que fez um post nas redes sociais a favor de dani, mas que retirou e me pediu perdão”, sustentou o fluminense.

Vingança profissional

Melhem afirmou que manteve uma relação íntima de afeto e amizade com Calabresa até um desentendimento profissional em 2019 por causa do Fora de Hora. Ela teria pedido por mudança de roteiristas e que o ex-MTV Bento Ribeiro estivesse ao seu lado na bancada em vez de Paulo Vieira.

“Eu quero chegar na Justiça porque isso que Dani está fazendo comigo é vingança. Ela reclamou que o texto estava mal escrito, queria os autores dela, não queria fazer o programa com o Paulo. Ela estava tão irredutível que a gente tomou a decisão artística de tirá-la do projeto. Não foi algo pessoal, mas da casa”, avaliou.

Ele considerou que a decisão de processar Mayra Cotta não se trata de intimidação, mas de uma tentativa de provar inocência. “Não existe uma advogada que só fala na TV, no jornal. Nós já entramos com uma representação contra ela e outra para que Dani explique porque assumiu como verdade aquela reportagem que nós dois sabemos que não é”, arrematou Marcius.