Marconi chama Daniel Vilela de ‘boneco de ventríloquo’ e defende gestão tucana à frente do Estado
Discussão teve início após críticas de Perillo à proposta governista de implantar taxa sobre produção agrícola em Goiás
O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) rebateu as críticas que Daniel Vilela (MDB), vice-governador eleito, fez às gestões tucanas. Por meio de nota, Marconi chamou o emedebista de “boneco de ventríloquo” e defendeu sua gestão com relação à Celg, à infraestrutura e à segurança pública.
“Daniel Vilela está começando mal como boneco de ventríloquo. Quem quebrou a Celg foram os governos do PMDB, que depois de destruir a companhia, vendeu Cachoeira Dourada a preço de banana e ninguém sabe onde enfiaram o dinheiro. A Celg sem Cachoeira Dourada virou um carro sem motor. O partido de Daniel foi o coveiro da Celg”, disse Marconi.
O tucano também afirmou que a gestão de Caiado tem tentado, em vão, procurar indícios de corrupção na antiga Agetop (hoje Goinfra) e defendeu o trabalho desempenhado na segurança pública durante suas gestões. “O governo que ele hoje apoia não fez outra coisa a não ser investigar nossas gestões, não encontraram e nem encontrarão absolutamente nada que pudesse nos incriminar, tanto é que essa lorota de corrupção não convence mais ninguém”.
“Quem valorizou, modernizou, investiu, treinou e equipou nossas polícias fomos nós em nossos governos”, continuou. “Bastaria Daniel buscar dentro da própria polícia o histórico de tudo o que foi feito. Ou será que alguém imagina que equipar, valorizar, modernizar e treinar uma polícia como a nossa foi obra desse governo?”.
Por fim, Marconi questionou os investimentos do estado, afirmando que o atual governo recebeu mais de R$ 10 bilhões de receita extra.
Entenda
O bate-boca entre os dois tem como pano de fundo uma proposta do governador Ronaldo Caiado de criar uma contribuição do agronegócio que teria objetivo de garantir investimentos em infraestrutura. O governador defende a criação da contribuição sobre produção agrícola diante da queda de arrecadação do ICMS sobre combustíveis, adotado a partir de medida do governo Jair Bolsonaro (PL).
A ideia é seguir outros estados do Centro-Oeste, que aplicam cobranças sobre operações do setor, tanto dentro de Goiás como para relações comerciais externas. Com isso, o governo espera arrecadar até R$ 1 bilhão por ano.
No entanto, entidades ligadas ao setor agrícola— como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) — se manifestaram contra a medida.
A proposta foi criticada por Marconi Perillo, que taxou a iniciativa como parte de uma “traição” do atual governador
O vice-governador eleito, Daniel Vilela (MDB), rebateu. “Ronaldo Caiado está se mostrando o maior traidor do agronegócio goiano. Só esperou a eleição passar para sangrar ainda mais o produtor, que já está em dificuldades”, publicou Perillo em sua conta do Twitter.
Marconi ainda diz que resistiu a taxações semelhantes durante seus quatro mandatos como governador. “Realizei obras de infraestrutura em todos os cantos do Estado”, disse, além de fazer elogios ao agronegócio e dizer que o segmento representa a maior parte economia estadual.
“E, agora, Caiado quer encher os cofres do seu governo com o dinheiro e suor de quem produz e já paga altos impostos”, concluiu.
Resposta
Daniel Vilela (MDB) foi quem respondeu os ataques, também pelo Twitter. Segundo o emedebista, quem seria o maior traidor do agro é o próprio Marconi Perillo, que teria deixado a infraestrutura de Goiás “acabar”.
Daniel Vilela cita a antiga Agetop como “sinônimo de ineficiência e corrupção”.
“Marconi traiu o agro ao sucatear a Celg e deixar o homem do campo sem energia, para depois vender a empresa a preço de banana. Marconi traiu o agro ao cruzar os braços e permitir que os produtores ficassem reféns de quadrilhas especializadas em saquear propriedades rurais”, rebateu.
O vice-governador eleito ainda diz que Caiado conserta 20 anos de “lambanças dos governos do PSDB”.
“O produtor rural não é mais refém de bandido e sabe onde os recursos do Estado são investidos”, pontuou.