O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), declarou nesta segunda-feira que a invasão à sede da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) é “mais uma tentativa de radicais rancorosos de desviar o foco dos autores dos escândalos políticos e desastres econômicos protagonizados por setores do PT”. A declaração foi dada em entrevista ao jornal A Redação, que acompanha a missão oficial do Governo de Goiás a Sydney, na Austrália.
A invasão foi iniciada no domingo (14), quando integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) ocuparam a Seduce. A organização do movimento diz que cerca de 800 pessoas estão na entrada no prédio público. Na manhã de hoje, o grupo não permitiu o acesso de nenhum servidor público à sede.
Em entrevista ao A Redação, o governador classificou a invasão como “absurda” e disse que o ato constitui mais um capítulo da tática radical de tentar envolver os governos estaduais em crises. “Os governadores estão trabalhando duro para superar a crise. Setores partidários estão envolvidos em muitos escândalos e sua estratégia de defesa é tentar nos nivelar com eles”, observou Marconi.
Segundo ele, os invasores são instrumentalizados por pessoas que não têm interesse no debate para melhorar a educação em Goiás e no Brasil. “Para eles, não interessa o debate sobre melhoria da educação no País. Esses movimentos radicais não estão preocupados com educação, mas só em usar esse momento de debater a educação como forma de desviar a atenção das bandalheiras que foram praticadas no País”, afirmou.
Marconi lamentou que a prática de oposicionistas à sua gestão acabe interferindo no pleno funcionamento do sistema público de ensino. “É um absurdo que radicais estimulem a invasão de órgãos públicos, escolas e secretarias numa tentativa mesquinha e irresponsável de desviar a opinião pública dos escândalos que paralisaram o País”, criticou.
A sede da Seduce já havia sido invadida no dia 26 de janeiro por manifestantes mascarados que se dizem contrários ao processo de implantação da gestão compartilhada com as Organizações Sociais (OSs) nas escolas estaduais. Na ocasião, o grupo fez um acordo com a Polícia Militar para garantir o funcionamento normal do prédio.