Brasil em crise

Marconi: “Sem reformas, o Brasil não vai para frente”

Governador afirma que reforma política é prioritária e que, com ou sem impeachment, manterá princípio da relação republicana com Palácio do Planalto

A provável entrada do ex-presidente Lula no governo federal não prejudicará a relação institucional que o Governo de Goiás mantém com a presidente Dilma Rousseff, avaliou ontem (5/4) o governador Marconi Perillo (PSDB), em entrevista ao Programa Paulo Beringhs, onde ressaltou que o Brasil precisa de paz na política e de reformas. Marconi ponderou ter com o governo federal e com os prefeitos uma “relação madura, responsável, que busca resultados para o Estado, independentemente de partidos”.

Segundo ele, o governo mantém uma agenda de diálogo, de parceria permanente com as igrejas, maçonaria, clubes de serviço, segmentos culturais, universidades, sindicatos e o Fórum Empresarial. “A minha conduta tem sido de diálogo permanente e de parcerias permanentes e republicanas com todos os atores”, afirmou. O governador disse esperar que Goiás não sofra qualquer tipo de retaliação por parte do ex-presidente Lula, porque “seria o fim da picada”.

“Se nós aqui não estamos nos negando a atender quaisquer que sejam os prefeitos ou as entidades, independentemente de suas ligações políticas e ideológicas, não é possível que possa haver qualquer tipo de retaliação”, sustentou.

Em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Marconi disse ter feito reflexões no últimos meses e considera a situação do País “dificílima”. Também diz não saber o desfecho da votação do impedimento presidencial, mas o dado concreto é que a economia depende da política.

Para ele, como não há diálogo entre o presidente da Câmara dos Deputados e a presidente da República, “fica muito difícil prever mudanças que signifiquem melhoras para a vida do povo nos próximos meses”.

Por outro lado, avaliou o governador, ficou evidente que movimentos sociais como MST e CUT estão mobilizados defendendo o mandato da presidente. “A minha pergunta é: será que se ela cair agora, entrando o Temer, que é o vice-presidente, esses movimentos vão deixar o presidente governar procurando estabelecer uma agenda nacional?”

E mais: “Ou, se ela ficar, terá capacidade de montar um ministério apolítico, um ministério de altíssimo nível, com poucos ministros e definir uma agenda positiva para o Brasil? Essas coisas precisam ser debatidas”.Na avaliação do governador, se a presidente ficar no cargo “precisa dar uma sacudida geral”.

O governador sustentou que seja buscado um “mistério de notáveis”, seja sob o comando da presidente ou do vice-presidente Michel Temer.

Por fim, Marconi pregou a paz na política, na relação institucional entre os Poderes para que as reformas sejam feitas. “Sem reformas, o Brasil não vai para frente”, argumentou.

Sobre o futuro político do Brasil e participação do PSDB no cenário nacional, o governador defendeu que a legenda participe do debate nacional, seja qual for o rumo dado. “Se o Temer for fazer um governo de transição, é natural que o PSDB tenha que sentar à mês”, arrematou Marconi.