Negociação

Marconi volta a Brasília para discutir acordo que alonga a dívida do Estado

Governador conversou com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre os desdobrametos da negociação

Um dia depois da reunião entre governadores e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que selou o acordo de renegociação das dívidas dos Estados com a União, referendado pelo presidente interino, Michel Temer, o governador Marconi Perillo voltou ao Ministério da Fazenda para tratar dos desdobramentos da negociação. Nesta terça-feira (21), acompanhado da secretária Ana Carla Abrão Costa, abordou com Meirelles assuntos específicos de Goiás, dentre eles os contratos que serão beneficiados com a carência estabelecida no acordo de ontem e, na condição de presidente do Consórcio de Governadores do Brasil Central, também defendeu o interesse dos demais estados que o integram.

As primeiras providências já começam a ser tomadas. Segundo o governador, o Estado terá seis meses de carência em relação a alguns contratos de financiamentos que possui cuja soma é estimada em R$ 11 bilhões. Este prazo dará a Goiás algo em torno de R$ 1 bilhão a menos de pagamento de dívida neste ano.

Marconi disse que não terá problemas na manutenção e até intensificação dos ajustes para cortar gastos e dar estabilidade às finanças do Estado. “Se nós já estamos fazendo um forte ajuste fiscal, com esse acordo iremos assegurar até o final do nosso governo e governos futuros, essa sustentabilidade fiscal e financeira”, avaliou.

Com o R$ 1 bilhão que o Estado irá economizar este ano no pagamento do serviço de sua dívida, o governador disse que pretende deixar o estado zerado do ponto de vista fiscal e financeiro. “Nós tínhamos uma previsão de déficit por conta dos salários e das dívidas. Com esse acordo, nós queremos chegar ao final do ano sem déficit e com uma situação muito confortável”, comentou.

O governador fez questão de esclarecer que nem todos os contratos de Goiás foram contemplados, portanto não há uma negociação de 100% das dívidas do Estado. “Mas – salientou – nos sentimos amplamente contemplados com o acordo. Isso será bom para todos os governos de uma maneira geral, especialmente para os estados que já fizeram um rigoroso ajuste fiscal, como é o nosso caso”.

Ao considerar que os estados celebraram um “grande acordo” na renegociação de suas dívidas, ele lembrou que trabalha há 18 anos por uma negociação que pudesse garantir o refinanciamento dos contratos. “O governo tomou uma decisão rápida, eficiente e isso é um bom sinal para a economia dos nossos estados e para a economia do Brasil”, acrescentou.

Por fim, disse acreditar que a economia do Brasil já está melhorando. “Os brasileiros já estão sentindo uma mudança para melhor na economia. Eu perguntei ao ministro como ele vê todo esse movimento para tirar o Brasil da crise, e ele me disse que se trata do respaldo da sociedade ao esforço do governo em tomar todas as medidas necessárias para isso. Ele está bastante animado com relação ao futuro”, disse.