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A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, disse nesta segunda-feira que a demora para a resposta sobre a prestação de contas do jatinho usado por Eduardo Campos se deve à necessidade de dar uma resposta completa do ponto de vista legal. “Queremos que sejam dadas explicações de acordo com a materialidade dos fatos e, para termos a materialidade dos fatos, é preciso que se tenha o tempo necessário para que essas explicações tenham a devida base legal”, disse hoje em São Paulo.
Marina confirmou o que havia sido dito pouco antes pelo seu companheiro de chapa, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), de que até amanhã o partido irá se posicionar. “O partido está juntando as informações e, no momento oportuno, entre hoje e amanhã, dará as explicações para a sociedade.”
A ex-senadora respondeu aos questionamentos dos jornalistas após insistências para que fosse ela a abordar o assunto e não apenas o vice, como vinha acontecendo até então. Ainda assim, Beto tentou evitar que Marina tivesse que responder. “Isso é uma responsabilidade nossa, da direção do PSB, que entre hoje e amanhã, eu espero, através do escritório de advocacia que contratamos, possa dar ao Brasil e a vocês todos os esclarecimentos”, disse o vice aos jornalistas.
A Polícia Federal apura se a aeronave que era usada por Eduardo Campos quando sofreu o acidente que causou sua morte e de outras seis pessoas foi contratada com dinheiro de caixa dois. Também pairam suspeitas sobre outro avião usado pelo então candidato presidencial em uma visita a Feira de Santana (BA), no dia 20 de maio. Os gastos em relação aos dois jatinhos não estavam descritos na primeira prestação de contas do PSB relacionadas à campanha de 2014.
Bienal do Livro
Marina deu as declarações ao visitar a Bienal do Livro, na capital paulista. Imediatamente reconhecida pelo público, foi bastante assediada. Crianças e adolescentes, principal público do evento em dias de semana, se aglomeraram em torno da candidata para tirar fotos e as populares “selfies”.
“Essa é a ‘presidenta’ que não morreu no acidente do avião do Campos”, disse uma mulher à criança que a acompanhava. “Eu não posso votar ainda, mas você teria meu voto, Marina”, gritou um adolescente. A aglomeração chegou a tal ponto que a candidata não conseguia andar pelo pavilhão da Bienal. Precisou que seguranças e assessores fizessem uma corrente ao seu redor e agilizassem a caminhada.
Marina fez questão de destacar as propostas de educação que vinham sendo feitas por Campos, como antecipar o prazo de implantação do ensino em tempo integral de oito para quatro anos. Citou também o passe livre estudantil e a educação profissional qualificada. “As escolas não podem mais ser uma única porta de entrada e uma única porta de saída. Ela é uma porta de entrada, mas ao mesmo tempo muitas portas de saída, por isso a ideia de educação de tempo integral e educação integral, que forma o cidadão para o exercício da sua cidadania plena.”
Em meio aos estandes de livros, Marina falou ainda da importância de ter bibliotecas nas escolas e equipamentos públicos para incentivar a leitura. “Queremos valorizar o exercício da leitura como forma de complementar a formação da criança, do adolescente e do jovem”, afirmou.