ENTREVISTA

Marqueteiro do deputado Professor Alcides espera campanha eleitoral dura e com ‘pancadaria’ em Aparecida

Mais Goiás fez sete perguntas para Marcelo Vitorino

Marcelo Vitorino, estrategista político de Alcides Ribeiro (Foto: Domingos Ketelbey)

Estrategista político, o marqueteiro Marcelo Vitorino evita detalhar o que vai fazer para manter o deputado federal professor Alcides Ribeiro (PL), na frente das pesquisas de intenção de voto em Aparecida de Goiânia, mas destaca que sabe os caminhos para fazer com que seu cliente permaneça na liderança das pesquisas de intenção de voto e evite uma nova virada, tal qual ocorreu em 2016.

Cita, entre outras coisas, os contextos diferentes. “Em 2016, o Gustavo Mendanha veio como sucessor do Maguito [Vilela], que saiu com uma excelente aprovação, não é verdade?”, indagou ainda durante um café com jornalistas realizado no escritório político de Alcides.  Ele também pontuou os ataques pessoais e, muitas vezes, mentirosos que o seu cliente foi alvo naquela eleição. Agora, a equipe jurídica da campanha está preparada. E se for preciso, haverá judicialização. 

“Eu não posso afirmar, mas eu acredito que exista gente que é dada a esse tipo de coisa [promoção de fake news]. Agora, essas pessoas são até conhecidas. Espero que elas não tomem a atitude errada de vir para cima da candidatura do professor”, destacou sem citar nomes. Apesar do cenário favorável, ele espera uma campanha dura. “O adversário vai partir para a pancadaria. Gostaria de estar enganado quanto a isso”, pontua.

Leia na íntegra as interrogações e respostas de Marcelo Vitorino, estrategista político de Alcides Ribeiro: 

Domingos Ketelbey: O que vai fazer para manter o professor Alcides na ponta e evitar uma virada que levou a derrota, como aconteceu em 2016?

A candidatura do professor representa uma necessidade de mudança de rumo. Você vê isso quando se pergunta para as pessoas o que elas estão achando da cidade, o que elas gostariam que acontecesse. Não é nenhuma estratégia, é um casamento entre o que as pessoas querem e aquilo que o professor tem a oferecer. Não existe uma esquematização em cima dessa pré-candidatura. É explicar a história, características e o pertencimento a cidade. Ele conhece muito Aparecida e conhece os quatro cantos da cidade, como professor, como empreendedor. Vamos apresentar o que ele representa para as pessoas que desejam a mudança. O candidato é muito bom. A questão é apresentar as partes.

Vilmar Mariano conta com apoio do governador Ronaldo Caiado, do vice Daniel Vilela e do ex-prefeito Gustavo Mendanha. Até que ponto esses apoios podem ser um trunfo para ele e quais as estratégias para driblar esse cenário?

Eu não gosto de falar do adversário, mas entendo que se ele tem todo esse apoio como diz ter e ainda assim as pessoas não estão interessadas em votar nele. Talvez ele devesse resolver outros problemas. Não precisa driblar esse cenário. Os apoios estão postos e mesmo assim a cidade está mal cuidada. A cidade mal cuidada, ele não conseguiu ter êxito nos projetos. Pode até não ser responsabilidade dele e isso não vem ao caso. O fato hoje é que Aparecida está muito pior do que há dois anos.

Esse será o tom que o professor adotará na campanha? A crítica a administração do prefeito Vilmar Mariano?

Não, acho que isso já está na cabeça das pessoas. A comunicação tem de falar o que não tá na cabeça das pessoas. Que está pior, já está. O tom da campanha é: como Aparecida pode ficar ainda melhor. A gente tem que trabalhar propositivo. Isso de ficar apontando o dedo não é bacana. Chegamos num momento que nos encontramos e devemos nos perguntar: como a vida da gente pode ficar melhor? O que gostaria que ficasse melhor? Talvez esse seja o caminho mais adequado para nossa candidatura.

Antes da entrevista você disse que o prefeito iria partir para a pancadaria e adotar um tom de ataque. Porquê?

Eu acredito que o adversário vai optar por uma campanha dura, pesada e em alguns momentos de ataques pessoais. Mas a candidatura do professor Alcides está preparada nesse sentido. Os pré-candidatos estão sendo preparados para fazer a defesa e hoje temos o impulsionamento de conteúdo que em 2016 não tínhamos. Agora, estamos numa posição ingrata: vamos receber porrada e tendo que apresentar propostas ao cidadão. O melhor remédio para isso quem pode dar é o eleitor na urna.

Mas porque diz que a campanha será dura? 

Se fosse para mostrar trabalho, eles já tinham mostrado. Para onde eu vou, a coisa do trabalho não andou e o professor Alcides tá na frente das pesquisas. Qual vai ser a sacada para vencer as eleições? Vão tentar partir para cima para tentar desconstruir o professor. E vai vir mentira de todo o lado, para tentar desconstruir o professor. E vai vir mentira de todo o lado. Boato, insinuação. Eu acredito que vai ser mais ou menos isso, mas eu quero estar muito errado. Quero acreditar que o marketing e o candidato fizeram um pacto com Deus e vão atuar com boa fé durante a campanha.

Você conduz muita pesquisa qualitativa. Qual será o tema da eleição em Aparecida este ano? Qual o sentimento do eleitor em Aparecida?

São vários sentimentos e é difícil falar de um eleitor só. Há grupos de eleitores que estão ressentidos com o descaso que existe na cidade. Pessoas que falam que a cidade tava tão boa e deixaram a gente com esse negócio aí e deu no que deu. Vi gente com raiva porque uma coisa é o ressentimento e outra é a raiva. Vi pouquíssimas pessoas satisfeitas. Predominantemente, vi eleitores que optaram pela mudança. E acho que o eleitor tem razão e se coloca assim. Ele pensa: o que me prometeram é uma coisa e me entregaram outra.