Mauricinho Hippie, um dos criadores da Feira Hippie, é velado em Goiânia

Enterro será ainda nesta segunda-feira (11) na capital

Mauricinho Hippie, um dos criadores da Feira Hippie em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/Acervo MAG)

O corpo de Mauricinho Hippie, um dos fundadores da Feira Hippie de Goiânia, está sendo velado na capital, nesta segunda-feira (11/11). Maurício Vicente de Oliveira morreu no último domingo (10), aos 84 anos. Conhecido popularmente como Mauricinho Hippie, ele era uma figura considerada icônica na cultura, história e memória de muitos goianienses.

O velório de Mauricinho começou às 9h da manhã desta segunda, no cemitério Jardim das Palmeiras, no Setor Oeste, em Goiânia. O enterro está marcado para acontecer às 14h, também desta segunda-feira no no mesmo cemitério.

Ele estava internado no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). A morte foi confirmada pela família, mas a causa não foi revelada. Precursor do movimento hippie na capital de Goiás entre os anos 60 e 90, ele também foi um dos responsáveis pela criação da Feira Hippie de Goiânia, considerada a segunda maior feira ao ar livre da América Latina.

Quem era Mauricinho Hippie?

Maurício Vicente de Oliveira, mais conhecido como Mauricinho Hippie, personalidade conhecida em Goiânia e um dos criadores da Feira Hippie, sempre foi lembrado por muitos goianienses pela sua autenticidade no jeito de se comunicar, se vestir e andar pelas ruas da cidade, de forma sempre muito irreverente em sua bicicleta cor de rosa, na companhia de seu cachorro poodle.

Nascido em Araguari (MG), o Mauricinho se mudou para Goiânia quando ainda era criança, aos 9 anos. Maurício era artista plástico e um dos primeiros hippies da cidade. Fazia artesanato, tocava sanfona, andava pela cidade de bicicleta, declamava poesias, fazia performances corporais e atuava em defesa dos direitos dos homossexuais em uma época conservadora.

O Mauricinho Hippie agitou e coloriu Goiânia por mais de 20 anos. Suas roupas extravagantes, seus animais e bicicleta, ambos coloridos, fizeram dele um personagem inesquecível para quem viveu na cidade, naquela época.

Em 1995, Maurício sofreu um acidente e perdeu um pé. A partir daí, mesmo tendo colocado uma prótese, passou a ficar em casa e quase não saía de sua residência.

Feira Hippie

Considerada a maior feira ao ar livre da América Latina, a Feira Hippie começou nos anos 1960, com um grupo de jovens hippies que queriam vender suas criações artesanais. No início, eles montavam suas barracas na região do Mutirama, depois se mudaram para a Praça Universitária, e finalmente se estabeleceram na Praça do Trabalhador, onde a feira funciona até hoje.

“A gente expunha as mercadorias, somente artesanato e artes plásticas, no Parque Mutirama. Foi lá que começou a Feira Hippie. Eram cerca de 20 a 30 pessoas. Me lembro que o artista plástico Tancredo Araújo era um deles. Depois, a Feira se mudou para a Praça Cívica e, em seguida, para a Avenida Goiás. Eu fui até a fase da Avenida Goiás. Depois parei, quando a feira deixou de ser hippie”, disse Mauricinho em entrevista ao Jornal da Imprensa, em 2011.

Exposição sobre Mauricinho Hippie

Em 2023, o Museu de Arte de Goiânia (MAG), vinculado a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) de Goiânia, promoveu a exposição “Mauricinho Hippie – Entre arte e vida, ser ou não ser”. Imagens e história desse ícone que ficará marcado na memória de muitos goianienses continua disponível no site da exposição e pode ser acessada em https://museudeartedegoian.wixsite.com/expovirtual.