JUSTIÇA

Maurício Sampaio pede que julgamento seja suspenso e levado para interior do estado

Maurício Sampaio pede para ser julgado no interior do estado

Maurício Sampaio pede que julgamento seja suspenso e levado para interior do estado (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Com novos questionamentos a respeito da imparcialidade do juiz Lourival Machado, a defesa do ex-cartorário Maurício Sampaio apresentou pedido para que o julgamento, marcado para esta segunda-feira (7), seja suspenso. A petição assinada pelo advogado Luiz Carlos da Silva Neto requer que o processo seja transferido para outra comarca, no interior do estado, e foi protocolada no último sábado (5).

O principal argumento da petição é o de que o juiz não teria agido de forma isenta no sorteio dos jurados que foram escalados para participar do tribunal. A partir de uma gravação feita no dia do sorteio, a defesa narra gestos, movimentos e falas de Lourival que, na interpretação do advogado, mostram que o processo foi “tendencioso para culminar na condenação do réu”.

Sampaio é acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista Valério Luiz Filho, morto a tiros logo ao sair da rádio em que trabalhava, no fim da manhã do dia 5 de julho de 2012. Também são réus Urbano de Carvalho Malta (acusado de contratar o policial militar Ademá Figueiredo para cometer o homicídio), Ademá Figueiredo Aguiar (apontado como autor dos disparos que mataram Valério), Marcus Vinícius Pereira Xavier (que teria ajudado os demais a planejar o homicídio do radialista) e Djalma Gomes da Silva (que teria ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações).

O advogado Silva Neto afirma que esse julgamento é de ampla repercussão e envolve “questões financeiras relacionadas aos negócios” do suposto mandante, “cuja condenação implicaria diretamente em certos investimentos seus, com o consequente favorecimento de terceiros interessados”. Esse seria mais um dos motivos favoráveis à mudança de foro do processo.

“A manutenção do julgamento na cidade de Goiânia não apenas ocasionaria um julgamento parcial e injusto (conduzido por magistrado que está sob investigação de suspeição), mas também traria sérios riscos a segurança dos jurados, pelas circunstâncias fartamente expostas no decorrer do processo”, afirma a petição.

Filho da vítima, o advogado Valério Luiz Filho manifestou contrariedade com o pedido em uma rede social: “considero impossível que o Tribunal de Justiça acolha esses absurdos, mas, com essa gente, todo cuidado é pouco”.