ex-ajudante de Bolsonaro

Mauro Cid movimentou R$ 3,2 milhões em sete meses, diz Coaf

Segundo relatório, movimentações são "atípicas" e "incompatíveis" com o patrimônio de Cid

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), está sendo investigado por movimentar cerca de R$ 3,2 milhões entre julho de 2022 e janeiro de 2023, conforme apontado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). De acordo com o órgão, essas movimentações são consideradas “atípicas” e “incompatíveis” com o salário que ele recebia no Exército, que é de R$ 26.239.

O Coaf também destacou que uma transferência de aproximadamente R$ 367 mil para os Estados Unidos em 12 de janeiro desse ano chamou a atenção como uma “movimentação elevada”, especialmente porque ocorreu durante a visita de Bolsonaro aos Estados Unidos.

Essas transações levantaram suspeitas de “tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio” e indicam indícios do crime de “lavagem de dinheiro“, conforme apontado pelo órgão. Outros beneficiários das transações incluem o sargento Luis Marcos dos Reis, que trabalhava na equipe de Cid como supervisor na Ajudância de Ordens e também está sendo investigado pela Polícia Federal, além de um “caixeiro-viajante”, um “ourives” e um tio da esposa do militar.

O ex-ajudante de ordens também é suspeito de envolvimento em um esquema de pagamento de despesas pessoais de Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, utilizando recursos públicos do Planalto. Cid era responsável por administrar essas despesas, bem como as de pessoas próximas ao casal presidencial.

No entanto, a defesa de Mauro Cid afirma que todas as movimentações financeiras realizadas por ele são legais e alega que isso será comprovado no decorrer da investigação.

Além das suspeitas relacionadas às movimentações financeiras, Cid foi preso em 3 de maio em outra investigação, que apura um suposto esquema de alteração de dados sobre vacinação no sistema do Ministério da Saúde para beneficiar Bolsonaro e seus parentes. Durante as investigações, a Polícia Federal encontrou minutas e conversas em seu celular relacionadas à possibilidade de um golpe de Estado, incluindo pedidos para que Cid convencesse o então presidente a agir nesse sentido.

*Com informações do Correio Braziliense