CACHOEIRA DE GOIÁS

Médico é preso suspeito de pagar estudante para substituí-lo em hospital

Médico tinha dois contratos com horários conflitantes e colocou estudante para não precisar deixar de "exercer" uma das funções, segundo a PC. Estudante foi preso em flagrante

Um médico identificado como Flávio Ferreira Nogueira foi preso suspeito de pagar um estudante para trabalhar em seu lugar, no município de Cachoeira de Goiás, na região Oeste do estado. Acadêmico Francisco Souza Oliveira Filho, de 44 anos, também foi detido em flagrante no momento em que realizava a função irregularmente. As prisões ocorreram no último sábado (7). O caso será investigado pela Polícia Civil (PC).

De acordo com corporação, o médico tem contrato com as prefeituras de Moiporá, para trabalhar em regime integral e de plantão. Em Cachoeira de Goiás, ele exercia as atividades em regime de plantão.

Com os dois contratos, o médico não conseguia atuar nas duas cidades, já que os horários de trabalho se chocavam. Assim, Flávio pagava o estudante para ficar no lugar dele no hospital de Cachoeira de Goiás.

Segundo a Polícia, o médico recebia R$ 15 mil da Prefeitura e repassava R$ 5 mil ao estudante. A corporação estima que o crime ocorreu durante dois meses. Com o estudante, foram encontrados prontuários, receitas médicas, atestados e outros documentos públicos assinados pelo médico investigado.

O profissional deverá responder por estelionato e falsidade ideológica e o estudante, por exercício ilegal da profissão, usurpação de função pública e também por falsidade ideológica.

“Aluno exemplar”

Ao Mais Goiás, o diretor da Universidad Central del Paraguay, Karlos Bernardo, disse que Francisco Filho sempre foi um aluno “exemplar, estudioso e batalhador”. “Mesmo sem condições financeiras, ele sempre continuou estudando. Faz tempo que ele está nessa batalha para se formar”, pontuou.

Questionado sobre uma eventual expulsão, o diretor informou que o estudante não cometeu nenhuma irregularidade no Paraguai. “Ele estava fazendo internato no Brasil e, por isso, não rompeu nenhuma regra/lei no Paraguai. Assim que resolver essa situação, poderá continuar estudando e terá o diploma daqui. A questão da validação do diploma no Brasil ou em qualquer outro país não cabe à faculdade e sim ao Conselho de Medicina”.

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Cachoeira de Goiás em busca de um posicionamento e aguarda retorno. O Portal não conseguiu contato com a defesa dos investigados. O espaço está aberto para manifestação.