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Mestre que pediu emprego em farol vai a entrevistas e relata solidariedade

Professor disse que participou de entrevistas de emprego

Mestre que pediu emprego em farol vai a entrevistas e relata solidariedade (Foto: Reprodução - Linkedin)

Eduardo Durães, jornalista e professor com mestrado de Belo Horizonte, chamou a atenção nas redes sociais ao pedir emprego com um cartaz nos semáforos da capital mineira. O mestre em Estudos de Linguagem, contou ao UOL que a história já rendeu mais que atenção virtual: só na terça-feira (10), ele já havia feito duas entrevistas de emprego.

“Já apareceram algumas propostas, tem aparecido muitos contatos e a repercussão foi enorme, eu não esperava que fosse tão grande assim. E eu acho que em breve eu devo ter alguma boa notícia”, contou ele, ao sair de uma das entrevistas das quais participou na terça-feira.

O professor conta que, além das oportunidades de emprego, outras pessoas também entraram em contato oferecendo outros tipos de ajuda, sensibilizadas pela iniciativa de Eduardo, que começou a divulgação no perfil do próprio no LinkedIn, mas logo chegou a outras redes, alcançando mais de 100 mil curtidas no Twitter.

“Tem pessoas que me ligam para dizer que não podem me oferecer emprego, mas oferecem oração. Motoristas de aplicativo que se oferecem para me levar e buscar de graça pra fazer uma entrevista. Pessoas desempegadas há 7 meses que me procuraram para perguntar quanto eu gastei para fazer o banner, porque também querem fazer um. Então eu fiquei muito surpreso”, comemora.

Mas, apesar da repercussão positiva, Eduardo destaca que sua iniciativa é uma “luta coletiva”, em que ele pretende representar outros trabalhadores que, assim como ele, estão “subempregados”.

“Obviamente que teve quem me criticasse, mas são comentários impertinentes, de pessoas que não entendem que minha luta não é só minha, é uma luta coletiva. Eu não estou desempregado, eu estou subempregado. Eu sou jornalista, eu fiz um curso de letras e fiz um mestrado em estudos de linguagem, e estou dando aula em uma escola particular em Contagem, com o salário picado, às vezes não tem salário. Então eu pensei que não poderia aceitar ser desrespeitado assim”, detalhou.

O profissional conta que a precariedade profissional, que o impediu até mesmo de continuar pagando aluguel, o motivou a buscar uma maneira diferente de chamar a atenção para sua situação, depois que o envio de currículos não surtiu efeito.

Em um primeiro momento, ele foi com seu cartaz a uma região nobre de Belo Horizonte, onde não foi bem recebido pelos motoristas. Mas depois, já na região metropolitana da capital mineira, ele conta que teve reações bem mais positivas, especialmente depois da repercussão do post.

“Eu comecei esse manifesto há uma semana e eu fui pra rua na terça e na quarta-feira. Na quarta-feira, eu senti que tudo já mudou. A ideia de ir pra rua surgiu, primeiro, por querer um emprego com carteira assinada e direitos. Segundo, porque no meu Instagram eu escrevo sobre moradores de rua e também sobre pessoas que ganham a vida no sinal de trânsito, ‘os malabaristas do sinal vermelho’, então, como eu sempre contei a história dessas pessoas, eu falei: ‘ah, vou usar o banner, vou usar a forma rudimentar, pra chamar a atenção’. E deu certo”, completou.