Saúde

MG registra 23 casos prováveis de febre amarela, com 14 mortes

O número de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais avança rapidamente. Até a…

O número de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais avança rapidamente. Até a manhã desta segunda-feira, 9, o Estado havia contabilizado 23 casos prováveis da doença, com 14 óbitos em investigação. Diante do aumento do avanço dos registros, o Estado deve pedir ajuda da força nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para melhorar a assistência aos pacientes. Semana passada, o Ministério da Saúde já havia feito um alerta para a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o aumento de casos suspeitos de febre amarela no País.

Até a última sexta-feira, 6, quando o comunicado para a OMS foi feito, haviam sido contabilizados 12 casos suspeitos, com cinco mortes. Os registros ocorreram nas cidades de Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga e Imbé de Minas, todas localizadas em uma região considerada de risco para febre amarela.

Nesta segunda, no entanto, o número de municípios com casos suspeitos também aumentou. A febre amarela é provocada por um vírus, transmitido pela picada de mosquitos infectados.

O Ministério da Saúde ainda não tem informações sobre o histórico dos pacientes, se eles tinham relação entre si. Na manhã desta segunda uma reunião foi realizada para discutir o avanço de casos suspeitos. É a segunda discussão em menos de uma semana. Os casos por enquanto estão sendo considerados como de transmissão silvestre.

Diante do aumento, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de moradores de área de risco estarem com vacinas em dia. A recomendação é de que população tenha pelo menos duas doses do imunizante, aplicadas com 10 anos de intervalo, no caso de adultos. Em crianças com mais de seis meses e menores de 2 anos, a recomendação é de que a primeira dose seja dada aos 9 meses e o reforço seja feito aos 4 anos.

A vacinação também deve ser feita em pessoas que se destinem a regiões consideradas de risco. Além da imunização, pessoas que planejam turismo rural devem adotar outras medidas como usar durante os passeios sapato fechado, camisa de manga longa e calça comprida e repelentes.

Autoridades sanitárias mineiras devem organizar uma vacinação de reforço, em virtude do aumento de casos suspeitos. A ação deve ocorrer nos próximos dias. Pacientes com doenças que comprometam o sistema imunológico devem procurar o médico para saber se a vacinação é indicada.

O Ministério da Saúde garante haver vacina suficiente para ser aplicada na população de área de risco.

Ano passado, foram registrados seis casos de febre amarela no País, com cinco mortes. Os óbitos ocorreram nas cidades goianas de Senador Canedo, São Luiz de Montes Belos, Goiânia, nas cidades paulistas Bady Bassit e Ribeirão Preto e em Manacapuru, no Amazonas.

A confirmação mais recente foi do caso de Ribeirão Preto. A vítima era um homem de 52 anos, morador da região próxima da Mata de Santa Tereza. Ele não estava vacinado e buscou atendimento médico no dia 22 de dezembro.

Na região, também foi identificada a morte de macacos provocada pela febre amarela, um sinal que sempre coloca em alerta autoridades sanitárias, por ser indicativo de recrudescimento da circulação do vírus em áreas silvestres.

O ciclo silvestre de transmissão do vírus de febre amarela se estabelece com primatas não humanos e mosquitos. Todas as vezes em que a ocorrência em animais é identificada, há um alerta para se reforçar as medidas de proteção entre humanos, por meio da vacinação.

70% da população da cidade de Ribeirão Preto está vacinada contra a febre amarela. O ideal é que a cobertura seja de 100%.

A recomendação feita pela OMS é de se aplicar apenas uma dose da vacina durante a vida. No Brasil, no entanto, a indicação é de que sejam dadas duas doses.

Febre amarela é considerada uma doença infecciosa grave. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. A maior preocupação das autoridades sanitárias é evitar o retorno da forma urbana da doença, feita por meio da transmissão do Aedes aegypti, cujo número de criadouros no País é considerado alto. O último caso registrado de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre, em 1942.

A infecção se instala quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra a doença é picada por um mosquito infectado.

Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros animais. Entre eles, macacos – que podem ter a doença sem sintomas, mas com quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

Transmitida por vírus, a febre amarela provoca calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, insuficiência hepática, insuficiência renal, coloração amarelada da pele e do branco dos olhos, hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas desenvolvem doença grave, podendo vir a óbito. A forma grave geralmente aparece depois de um período de dois dias de bem-estar.