Michelle Bolsonaro faz tour paralelo pela reeleição focada no voto feminino
Tratada como um ativo importante pela campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), a…
Tratada como um ativo importante pela campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fez as malas neste segundo turno e, em duas semanas, já percorreu ao menos 11 cidades, numa nova ofensiva pelo voto feminino. Diferentemente da primeira etapa da disputa, quando priorizou a participação nas propagandas eleitorais, Michelle agora encabeça uma campanha paralela e roda o país para participar de eventos ao lado de aliadas. A iniciativa foi batizada de “Mulheres com Bolsonaro”.
A estratégia foi traçada logo após o resultado do primeiro turno, quando parlamentares da base governista foram convocadas para ajudar no projeto de reeleição de Bolsonaro. Na segunda-feira após a apuração, a deputada reeleita Bia Kicis (PL-DF) desceu do gabinete presidencial no Palácio do Planalto e anunciou que viajaria pelo país ao lado da primeira-dama e da senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF).
— A única coisa que foi falada é que nesse momento vou trabalhar junto com a senadora Damares, com a primeira-dama, para a gente levar a voz da mulher pelo Brasil, uma voz cristã também. Elas falam muito bem para público evangélico, e eu quero falar para o católico também — afirmou Bia Kicis na ocasião.
Outras parlamentares se juntaram a elas, como a deputada reeleita Carla Zambelli (PL-SP), a ex-ministra e senadora eleita Tereza Cristina (PL-MS) e a deputada Celina Leão (PP-DF), eleita vice-governadora do Distrito Federal.
Tom religioso
Logo na estreia de seu tour eleitoral, no último dia 8, Michelle mobilizou mulheres para um evento na sede da igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia. Em seu discurso, com a voz embargada, a primeira-dama afirmou ser “difícil estar à frente de uma nação” e que o momento não é de uma “guerra política”, e sim de uma “guerra espiritual”, repetindo a estratégia da campanha de transformar a disputa eleitoral em uma batalha do bem contra o mal.
— E aí você entende que não é uma guerra política, é uma guerra espiritual. Onde a gente luta, meus irmãos, contra as trevas. Contra o mal que quer ser instalado no nosso país. E a gente vê como o inimigo é sujo, astuto.
O tom religioso-eleitoral dominou os eventos de Michelle ao longo de toda a semana. Em Roraima, por exemplo, coube à primeira-dama conduzir a oração do Pai-Nosso do alto de um palco com o microfone na mão.
Agenda extensa
Os compromissos têm sido sugeridos pelas parlamentares envolvidas no “Mulheres com Bolsonaro”. As visitas a cada estado costumam ter até três agendas, a depender do tempo disponível para aquela região. Até agora, além de Goiânia, elas já estiveram em Belém, Macapá, Boa Vista, Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Palmas, Teresina, São Luís e Fortaleza.
Segundo deputadas envolvidas na empreitada, não houve dificuldade em convencer a primeira-dama a participar. Os relatos diferem do período pré-eleitoral, quando Michelle resistiu a participar mais ativamente da campanha do marido.
— Houve uma oportunidade. A Damares foi eleita, elas são muito amigas, e vai poder andar com ela pelo Brasil, o que gera mais confiança. Ela se sentiu mais segura de sair da atuação dela em Brasília — disse a deputada reeleita Carla Zambelli, responsável pelas articulações do grupo no Sudeste.