Milhares fazem homenagens e marcha silenciosa em várias cidades da França
Em Pau, sudoeste do país, ao menos 30 mil pessoas se reuniram, além de Nice, com 23 mil participantes, e Orleans, com mais de 20 mil
Milhares de pessoas marcharam durante um protesto em homenagem às vítimas dos ataques terroristas que assustaram a França nos últimos dias, na orla de Nice, neste sábado (10/1). A marcha silenciosa uniu 23 mil pessoas, de acordo com autoridades policiais, número expressivo para uma cidade de 350 mil habitantes, a 5ª maior população da França.
Em Pau, sudoeste, ao menos 30 mil pessoas realizaram uma passeata silenciosa. Em Orleans, centro, mais de 20 mil se reuniram. As autoridades francesas anunciaram uma mobilização adicional de 500 militares na região de paris dentro do plano antiterrorista Vigipirate visando à grande manifestação prevista para domingo na capital em favor da liberdade de expressão. “Este reforço de 500 militares em Paris e arredores será feito em duas etapas”, explicou o porta-voz do ministério da Defesa, oi coronel Gilles Jaron. Os soldados se somarão aos efetivos da polícia e serão 1.100 no total neste sábado e 1.350 no domingo, em Paris e arredores.
Segundo o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que participou em uma reunião da célula de emergência do governo neste sábado, o plano de alerta antiterrorismo na região parisiense, elevado na quarta-feira passada, será mantido nas próximas semanas e será reforçado ainda mais, depois dos ataques dos últimos dias. “Dado o contexto, estamos expostos a riscos. É importante, portanto, que o plano Vigipirata (de alerta), que foi aumentado na região de Paris e que foi alvo de medidas particulares no resto do país, seja reforçado no curso das próximas semanas”, afirmou o ministro ao final de uma reunião de crise no palácio presidencial.
Ele também confirmou que a França adotou todas as medidas necessárias para garantir a segurança nas manifestações pela liberdade de expressão previstas para este domingo. “Foram adotadas todas as medidas para que esta manifestação possa acontecer em um clima de recolhimento, respeito e segurança. Todas as disposições estão adotadas para garantir esta segurança”, enfatizou.
Entre os dirigentes que já confirmaram presença nas manifestações, estão a alemã Angela Merkel, o italiano Matteo Renzi, o espanhol Mariano Rajoy e o britânico David Cameron. O primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu também confirmou presença. Enquanto isso, as forças de segurança francesas continua procurando a companheira de Amedy Coulibaly, o jihadista que na quinta-feira matou uma policial e na sexta foi abatido pela polícia depois da tomada de reféns em um mercado de produtos judeus no leste da Paris, quando quatro reféns foram mortos. A mulher, considera armada e perigosa, foi identificada como Hayat Boumeddiene, de 26 anos.
A tensão na França começou na última quarta-feira (7/1) quando dois jihadistas mataram 12 pessoas dentro da redação da revista de humor Charlie Hebdo. Os irmãos extremistas apontados como responsáveis pelo ataque foram mortos pela polícia nesta sexta-feira (9/1). Ao mesmo tempo, autoridades continham outro ataque, em um mercado judeu – cinco pessoas morreram, incluindo o autor do sequestro.
Em um vídeo divulgado na internet, Narit al Nadari, uma autoridade da Al Qaeda na Península Arábica, reivindicou a autoria do atentado e ameaçou o povo francês: “Não estarão em segurança enquanto combaterem Alá, seu mensageiro e seus fiéis”. Um militante do grupo jihadista, em pronunciamento enviado a agência de notícias, disse que o ataque à revista foi coordenado pela Al-Qaeda, como “vingança à honra do profeta Maomé”. O líder islâmico era citado com frequência nas sátiras do Charlie Hebdo. (Com informações da Agência France Presse)