Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte do rapaz. Um amigo chegou a dizer que o sonho de Bruno era ser policial. “Sonho dele era ser policial e um policial tirou a vida dele covardemente! Eu te amo irmão, vou fazer Justiça por você. Vou vencer tudo isso por você, nada vai passar em branco. Esteja conosco, meu anjo lindo!”, escreveu.
Militar é morto após ser baleado em blitz no Rio de Janeiro
Um soldado da Força Aérea, de 21 anos, morreu na noite do último sábado (15),…
Um soldado da Força Aérea, de 21 anos, morreu na noite do último sábado (15), após ser baleado em uma blitz em Santíssimo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo os policiais, Bruno Eduardo de Melo Rocha não teria obedecido a ordem de parada policial e foi atingido por um disparo. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na mesma noite. Contudo, não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada.
De acordo com a Polícia Militar, a Corregedoria Geral da Corporação instaurou procedimento interno para apurar o caso e os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento. O caso também é investigado pela 35ª DP (Campo Grande) e foi registrado como lesão corporal seguida de morte por intervenção de agente do Estado.
Em depoimento à Polícia Civil, um dos PMs relatou que um carro e uma moto estavam em “atitude suspeita” na Estrada Sete Riachos e foi solicitado que os veículos parassem. O agente disse que os veículos fugiram apesar das “diversas ordens de parada”. No depoimento, o policial contou ter efetuado um disparo de fuzil no pneu traseiro do carro, “com objetivo de imobilizar o veículo”. Após o disparo, Bruno, que dirigia o carro, ainda teria prosseguido por cerca de 200 metros.
O agente destacou que o jovem estava armado e “visivelmente embriagado e a todo momento se recusava a obedecer as ordens da guarnição”. Bruno também teria se recusado a sair do veículo e ser revistado.
O PM também relatou que Bruno disse ter sido baleado na lombar. Com isso, o soldado da Força Área foi colocado na viatura e encaminhado para o Hospital Rocha Faria. “Não foi possível fazer uma revista pessoal ou do veículo tendo em vista priorizar o socorro de Bruno”, declarou em depoimento.
De acordo com o delegado Tulio Pelosi, titular da 35ª Delegacia de Polícia (Campo Grande), foi requisitada a perícia nas armas dos policiais e na “trajetória de perfuração” no carro de Bruno. Ainda segundo Pelosi, todos os envolvidos serão ouvidos e a investigação busca por imagens de câmeras que possam ter registrado a ocorrência.
Tio de Bruno, Marcos da Rocha explica que, ao chegar à delegacia, foi informado que o sobrinho estaria armado no momento da abordagem, o que é negado pela família. Desta forma, o tio confrontou a versão:
“Estivemos na 35ª DP. Lá, o meu irmão, que é suboficial naval, perguntou à policial: “Cadê a suposta arma que pegaram com o Bruno?”. Ela (policial) respondeu que não tinha arma nenhuma, mesmo que nos autos constasse que o Bruno dirigia com uma das mãos e, com a outra, seguraria uma arma. Não tinha arma nenhuma”, explicou Marcos, que também tenta compreender a dinâmica do momento:
“A polícia fala que foi blitz. Mas eu compreendo que blitz é oficializada. (No dia que Bruno foi baleado) Não tinha operação nenhuma ali, então não era uma blitz, era uma abordagem”, conclui.
Tio presenciou
Marcio Rocha, que também é tio de Bruno, explica que a família está muito abalada com a morte do sobrinho. Por coincidência, um familiar presenciou o momento em que o carro do jovem foi baleado.
“Meu outro irmão, Marciel, não sabia do que estava se passando. Mas ouviu o disparo e ainda desviou do veículo (do Bruno) que perdeu a direção. Chegando em casa, conversou com a minha cunhada sobre o acontecido, mas só quando ligamos para ele para falar do sepultamento do Bruno, que ele recobrou a situação vivida na noite anterior. Ele está extremamente abalado”, relatou Marcio, que ainda relembra a paixão do sobrinho pela vida militar.
Marcio, que é suboficial da Marinha, esteve fardado, orgulhoso, ao lado do sobrinho durante a formatura como soldado.