Ministério da Saúde reduz de 5 para 4 meses intervalo de dose de reforço contra Covid
Segundo Queiroga, objetivo é ampliar a proteção contra a variante ômicron
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou neste sábado (18) a redução do intervalo de aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid de cinco para quatro meses. Segundo ele, o objetivo é ampliar a proteção contra a variante ômicron.
“A dose de reforço é fundamental para frear o avanço de novas variantes e reduzir hospitalizações e óbitos, em especial em grupos de risco”, afirmou em seu perfil oficial de rede social.
O ministro informou que a portaria com a modificação será publicada na próxima segunda-feira (20). “Informem-se sobre o calendário vacinal de seu município e veja se já chegou a sua vez”, postou.
A variante ômicron foi identificada e registrada pela primeira vez na África do Sul em novembro deste ano. Ela já percorreu ao menos 77 países, inclusive o Brasil, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). A nova cepa foi classificada por especialistas como preocupante pela velocidade de disseminação.
Mais cedo, Queiroga disse que a pasta decidiu estabelecer um procedimento mais longo para autorizar a imunização de crianças de 5 a 11 anos e só vai anunciar a decisão sobre o assunto em 5 de janeiro, apesar da autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a vacinação deste grupo.
Segundo o ministro, o prazo mais extenso é importante por se tratar de um “tema sensível”. “A Anvisa, através de uma decisão de uma gerência própria, incluiu a vacina da Pfizer para aplicação em crianças na faixa etária entre 5 e 11 anos”, disse. Mas, segundo Queiroga, a “introdução desse produto no âmbito de uma política pública requer uma análise mais aprofundada” do ministério.
Em sua avaliação, só a autorização da Anvisa não era suficiente para que a vacinação fosse colocada em prática. Na última quinta-feira (16), a Anvisa autorizou o uso do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Até então, as doses da fabricante só podiam ser aplicadas no país pessoas acima de 12 anos.
O início da vacinação desse grupo, contudo, não começou imediatamente porque o Ministério da Saúde ainda não solicitou a compra de doses específicas para a faixa etária. A previsão é imunizar 70 milhões de crianças.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), que é crítico da vacina contra a Covid e tentou barrar a imunização de menores de 18 anos, afirmou nesta quinta que pretendia divulgar o nome dos técnicos “para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e obviamente forme seu juízo”.
Pelo menos duas ameaças foram enviadas à Anvisa contra diretores e técnicos do órgão de grupos contrários à vacinação das crianças. No primeiro caso, o autor foi identificado e levado a depor.
Os responsáveis por aprovar a vacinação de crianças repudiaram qualquer tipo de ameaça.