Prisão Temporária

Ministério Público pede a prorrogação da prisão de investigados da operação SOS Samu

O prazo inicial das prisões vence neste sábado (25)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) protocolizou nesta sexta-feira (24/6) o pedido de prorrogação da prisão temporária dos 17 investigados que continuam presos pelos crimes investigados na Operação SOS Samu. O prazo inicial das prisões vence neste sábado (25).

Na última terça-feira (21), 21 pessoas — entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas — foram presas durante a deflagração da operação. Até o momento, duas pessoas não se apresentaram e continuam foragidas.

SOS Samu

A operação foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na manhã desta terça-feira (21) para o cumprimento de 24 mandados de prisão temporária e de 43 mandados de busca e apreensão nos municípios de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. A ação foi realizada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Centro de Inteligência do MP e conta com o auxílio de 39 promotores de Justiça e apoio da Polícia Militar de Goiás.

Durante as investigações realizadas pelo MPGO foi descoberto um esquema de pagamento de propina a alguns funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Goiânia (Samu) – condutores socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos – para que estes direcionassem pacientes atendidos pelo atendimento de urgência que possuíssem planos de saúde a determinadas UTIs, fraudando a regulação do acesso aos leitos. O pagamento da propina a alguns funcionários do Samu foi realizado por médicos e por responsáveis e proprietários de UTIs.

Segundo o MPGO, após o socorrista ou o técnico de enfermagem fazer o atendimento de urgência pelo Samu, era contatada a regulação de vagas do acesso aos leitos de UTI, cabendo a esta determinar o encaminhamento do paciente para algum hospital vinculado ao SUS, de acordo com a regulação de vagas. Entretanto, mediante pagamento de propina, os investigados estavam alterando essa rotina de atendimento, fraudando-a, posto que pacientes que possuíssem planos de saúde eram encaminhados para unidades de UTI particulares.

Em alguns casos, para simular a gravidade do estado de saúde desses pacientes, esses profissionais usaram de métodos espúrios e perigosos, consistentes em “rebaixamento artificial de consciência do paciente”. Isso era feito com a aplicação de medicamentos de efeito sedativo, por exemplo. Com isso, garantiam-se as UTIs cheias de pacientes, com lucro para os respectivos empresários do ramo.