“Goiás fez 100% daquilo que a gente gostaria que se fizesse no combate ao Aedes aegypti”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro, ao participar do lançamento hoje, em Goiânia, da campanha Goiás na Ponta do Lápis, que vai premiar as melhores redações de alunos da rede estadual e privada de ensino sobre os riscos da proliferação do mosquito responsável pelas febres e proliferação dos vírus da dengue, chikungunya e zika.
Em solenidade no Lago Azul do Centro de Convenções de Goiânia, com as presenças do governador Marconi Perillo, dos secretários Leonardo Vilela (Saúde) e Raquel Teixeira (Educação), prefeitos, secretários municipais de Saúde e agentes de endemias de todo o Estado, o ministro elogiou o governo estadual pelo êxito no trabalho de reduzir a incidência de focos do Aedes nos 246 municípios do Estado. “Nada melhor traduz o esforço do que os números”, comemorou o ministro, ao citar estatísticas oficias: Em janeiro, 3,9% das residências goianas tinham foco do Aedes, em fevereiro o porcentual caiu para 2,1% e os primeiros números de março registram queda para 1,4%.
Marcelo Castro elogiou também a maneira com que o assunto é tratado pelo governador Marconi Perillo. “Aqui não tem um ministro do PMDB, um governador do PSDB e um prefeito do PT”, afirmou, referindo-se à interação entre os três entes federativos – União, Estado e Municípios – no combate às doenças. Dirigindo-se ao governador, brincou que o Aedes não é um “mosquito municipal, estadual ou federal”. Para ele, toda vez que há uma conjugação de esforços entre poder público e sociedade, as coisas avançam. Marcelo Castro citou pesquisa recente que 85% da população brasileira dizem ter mudado de hábito para combater o Aedes e que 93% promoveram algum tipo de ação em casa para eliminar focos do mosquito.
Ao dar as boas vindas ao ministro, o governador observou que um dos grandes diferenciais de Goiás é o uso de ferramentas tecnológicas para identificar e combater focos do Aedes no Estado, abrigadas na Sala de Situação. Marconi disse também que é importante reconhecer a liderança do ministro Marcelo Castro, que tem atuado decisivamente nesta “grande cruzada” contra o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Ressaltou ao ministro que Goiás não registrou até agora nenhum caso de microcefalia pelo zika vírus e que as autoridades estaduais de Saúde estão atentas para o problema. Por meio da Sala de Situação, explicou o governador, a Secretaria Estadual de Saúde coordena as ações de combate aos focos do mosquito. “Vinte mil pessoas estão envolvidas na eliminação do Aedes em Goiás”, informou ao ministro.
Para reforçar o combate ao mosquito, o governador assinou decreto que estabelece pagamento em dobro dos recursos para custeio de ações contra o Aedes pelos municípios. Em outro decreto, criou uma comissão para estudos de eventuais casos de poliomielite no Estado.
Na abertura do solenidade, o secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, atualizou os últimos dados da campanha de combate ao mosquito no Estado. Segundo ele, em janeiro 1 milhão de residências foram visitadas, com a eliminação de 29.973 focos do Aedes; em fevereiro foram 1.592.229 moradias visitadas pelos agentes de saúde, onde foram eliminados 26.524 focos. Levando-se em conta o índice de propagação do Aedes aegypti, Leonardo Vilela contabilizou que “60 milhões de mosquitos deixaram de circular em Goiás”. Neste ano, enquanto o Brasil registrou 52% de aumento de casos de dengue, em Goiás o índice foi de 17%.
Outro dado que demonstra o acerto das ações do poder público estadual, explicou Leonardo Vilela, é que no ano passado 106 dos 246 municípios goianos apresentavam grau de “alto risco” em relação à propagação da dengue e hoje são apenas 16.
Durante a visita do ministro da Saúde, a Secretaria Estadual de Educação (Seduce) lançou a campanha Goiás na Ponta do Lápis, que vai premiar as melhores redações na rede pública e privada de ensino, com a narrativa de experiências pessoais de soluções para o problema da dengue. “O combate ao Aedes em Goiás não é uma ação isolada, mas uma ação de governo”, afirmou Raquel, ao propor que o mosquito seja “apagado” de nossa história.