BRAGA NETTO E OUTROS

Ministro do STF quer saber por que generais do Exército presos têm regalias

Ministro Alexandre de Moraes quer saber por que ministros estão tendo tantas regalias no que diz respeito a receber visitas

Ministro Alexandre de Moraes, do STF (Foto: Agência Brasil)
Ministro Alexandre de Moraes, do STF (Foto: Agência Brasil)

(Folhapress) O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu o prazo de 48 horas para que o Exército explique por que os militares presos na investigação por tentativa de golpe de Estado estão recebendo visitas diárias de familiares e advogados, contrariando o próprio regulamento militar sobre as prisões especiais.

O ministro cobrou explicações no dia 24 de dezembro. A decisão foi tomada após o Exército apresentar ao STF a lista de visitas recebidas pelos oficiais que estão detidos no Comando Militar do Planalto, em Brasília.

A cobrança também foi encaminhada ao Comando Militar do Leste, área responsável pelo Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro, onde está detido Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL) e general da reserva.

Relação encaminhada ao STF mostra visitas diárias entre os dias 6 e 19 de dezembro recebidas pelo general da reserva, Mario Fernandes, e pelos tenentes-coronéis Rodrigo Bezerra Azevedo e Helio Ferreira Lima.

A lista mostra que as visitas tem sido praticamente diárias. A prática vai de encontro ao próprio regulamento do Comando Militar do Planalto, que prevê visitas as terças, quintas e domingos, com casos excepcionais podendo ser autorizados pelo comandante da área.

Advogados podem fazer visitas de segunda a sexta em horário comercial. Visitas devem ser agendadas previamente, e o regramento também prevê que “em casos excepcionais” o comando da área pode autorizar visitas em outros dias e horários. Os nomes dos familiares e advogados que realizaram as visitas foram autorizados por Moraes.

Em relação a Braga Netto, o procedimento que trata da prisão dele no STF está sob sigilo. Ainda assim, o ministro cobrou explicações ao general Eduardo Tavares Martins, comandante da 1ª Divisão do Exército, onde ele está detido desde o dia 14 de dezembro.

Os ofícios para os dois comandos foram elaborados no dia 24 de dezembro. No andamento processual consta que os documentos foram expedidos somente nesta quinta-feira (26). O prazo de 48 horas passa a contar somente a partir do recebimento do documento pelos comandantes.

O UOL procurou o Centro de Comunicação do Exército, mas ainda não obteve retorno.