Ministros do TSE avaliam hipótese de Bolsonaro ficar inelegível
Magistrados discutem estratégia jurídica que pode tirar presidente da disputa em caso de risco de ruptura
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) discutem uma estratégia jurídica que pode deixar o presidente Jair Bolsonaro inelegível para a eleição de 2022. Segundo publicado pelo Estadão, o cerco judicial está se fechando a partir de um inquérito administrativo instaurado no TSE em resposta a uma transmissão ao vivo realizada pelo presidente, em julho, acusando o tribunal, sem provas, de fechar os olhos para evidências de manipulação em urnas eletrônicas.
Na visão desses magistrados, a depender do que acontecer e o tom adotado por Bolsonaro em seus discursos, os atos de 7 de Setembro poderão fornecer ainda mais provas contra o chefe do Executivo.
O entendimento prévio é de que, uma vez configurado algum crime, o presidente poderá ter sua candidatura negada pela Justiça Eleitoral no ano que vem.
Ainda segundo o jornal O Estado de S.Paulo, um ministro do TSE argumenta, em caráter reservado, que nunca houve um ataque tão perigoso ao sistema eleitoral como agora e que, por isso, é preciso reagir.
Os principais alvos de Bolsonaro são os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, atual presidente do TSE, autores de decisões recentes que desagradaram ao Palácio do Planalto, como a prisão de bolsonaristas.
Em resposta às ameaças de Bolsonaro, o presidente do STF, Luiz Fux, fez um duro discurso na última quinta-feira (2), ao afirmar que a Corte não vai tolerar ataques à democracia, em referência aos atos do dia 7.
“Num ambiente democrático, manifestações públicas são pacíficas; por sua vez, a liberdade de expressão não comporta violências e ameaças”, disse o magistrado em discurso.