CRISE DE PÂNICO

Modelo presa por matar o noivo teve crise de pânico em cela, diz DGAP

A modelo Marcella Ellen Paiva Martins, de 31 anos, teve uma crise de pânico no…

A modelo Marcella Ellen Paiva Martins, de 31 anos, teve uma crise de pânico no presídio de Barro Alto, município do centro de Goiás, e precisou de atendimento médico. Informação foi confirmada pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP). Marcella está sendo investigada por matar o noivo Jordan Lombardi com um disparo de arma de fogo. O crime aconteceu em um motel do Distrito Federal e ela fugiu para Cocalzinho de Goiás em seguida, onde foi presa pela Polícia Militar, na última quinta-feira (10).

“Ela comunicou aos policiais penais que não estava bem. De imediato foi encaminhada à unidade de saúde municipal, onde profissionais da saúde constataram crise de pânico. Ela foi medicada”, informou a DGAP.

A modelo está presa em cela especial, isolada das demais reeducandas. O advogado Jhonny Cleick, que defende Marcella no processo, disse ao G1 que havia pedido à Justiça a prisão especial para a cliente.

De acordo com o processo judicial, Marcella estava presa preventivamente na unidade de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, mas foi transferida para Barro Alto na sexta-feira (11). Isso porque, segundo seu advogado, no dia em que chegou ao presídio de Luziânia, a modelo foi agredida por outras mulheres que cumpriam pena no local. O depoimento dela, inclusive, consta na decisão da audiência de custódia, em 10 de novembro.

Em nota, a DGAP disse que “a custodiada tem garantido os direitos de integridade física e psicológica”. “Ela, inclusive, recebeu atendimento médico e psicológico na unidade prisional. Lembrando que a custodiada já foi encaminhada ao Instituto Médico Legal, onde foi realizado o laudo médico comprovando a sua integridade”, ressalta a nota da diretoria.

Modelo presa por matar o noivo alega legítima defesa

O advogado de Marcella contou também que, após a crise de pânico da modelo, esteve no presídio para conversar com ela. No encontro, a investigada disse que está arrependida do crime e contou com todos os mínimos detalhes como matou o noivo.

Ela disse à Justiça que foi agredida com tapas no rosto durante uma briga com a vítima. “Eu refiz com ela toda a dinâmica dos acontecimentos e foi muito esclarecedor. A defesa não tem dúvida que ela agiu em legítima defesa”, afirmou o advogado.

Tumor

Marcella teria sido diagnosticada com um tumor na cabeça há alguns meses, segundo o advogado, e ainda não iniciou tratamento. “Estou aguardando o laudo do tumor para embasar o pedido de liberdade provisória”, destacou.

Carro de luxo que modelo usou para fugir após matar noivo (Foto: Polícia Militar)

Crime teria sido motivado por estupro de menor

De acordo com Marcella, ela cometeu o crime durante uma discussão sobre um suposto estupro ocorrido contra a filha de Jordan (sua enteada), de 3 anos.

A modelo contou à Polícia Civil que estava com Jordan e com sua enteada em São Paulo, quando a menina relatou que foi estuprada. Por já ter sofrido abuso sexual na infância, Marcella se indignou com o crime e passou a cobrar uma atitude de Jordan. Ela queria que o noivo denunciasse o caso à polícia, mas ele se recusava.

Também segundo a modelo, Jordan não queria denunciar o crime porque temia ser prejudicado em sua carreira profissional como empresário. “Ela se viu no relato da enteada. A indignação com o caso foi tão grande que ela começou a cobrar constantemente uma atitude dele. E queria, principalmente, que ele denunciasse na Polícia Civil. A discussão foi ficando vez mais intensa e frequente”, contou o advogado de Marcella.

Arma usada no crime

O advogado da modelo contou que a arma usada no crime foi comprada de forma clandestina em São Paulo. Diante da denúncia da filha e a cobrança da noiva, Jordan teria decidido resolver o problema sozinho, já que não queria fazer denúncia à polícia.

“Provavelmente ele queria matar o abusador da filha, mas acabou não fazendo isso. A Marcella contou que ele foi até a casa da pessoa e fez ameaças, atirou para o alto, mas foi embora”, explicou o advogado.

Essa confusão aconteceu antes de o casal pegar o carro e viajar para Brasília, onde ia acontecer o casamento. No dia, inclusive, foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em desfavor de Jordan por disparo em via pública, de acordo com o advogado.

O advogado da modelo contou que a arma usada no crime foi comprada de forma clandestina em São Paulo (Foto: Divulgação – PM)

O dia do crime

Sob efeito de alta quantidade de cocaína, Marcella diz que iniciou uma briga com Jordan,  em um motel do Distrito Federal (DF). Ela queria convencê-lo, mais uma vez, de denunciar o crime à polícia. Durante a discussão, no entanto, acabou disparando a arma contra o noivo, que morreu.

Após os disparos, a modelo pegou o carro dele, um Audi Q7, e fugiu para Goiás. No caminho, o veículo foi bloqueado pelo rastreador e Marcella roubou uma kombi escolar.

Em Cocalzinho de Goiás, ela parou em um posto de gasolina e decidiu se entregar à policiais militares, onde estava seminua e armada com um revólver.