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Moraes manda Bolsonaro entregar passaporte em investigação sobre tentativa de golpe para mantê-lo no poder

Ex-presidente também foi impedido de fazer contato com aliados que são alvo de operação

(Foto: Presidência da República)

Jair Bolsonaro (PL) tem 24 horas para entregar o passaporte para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em uma operação que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder mesmo com a derrota nas eleições de 2022. A defesa do político confirmou a ordem.

Bolsonaro foi proibido de fazer contato com investigados na operação, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8). Entre os alvos de busca estão aliados civis e militares do ex-presidente.

Segundo o G1, são alvos de buscas:

  • General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
  • General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
  • Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
  • Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.
  • Ailton Barros, coronel reformado do Exército.

Além deles, são alvos de mandados de prisão:

  • Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
  • Major Rafael Martins de Oliveira.

O Exército está acompanhando o cumprimento das ordens contra os militares. A operação ocorre em 9 estados no DF (Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás) e no Distrito Federal.

Informações falsas para forçar intervenção militar

Segundo informações da Polícia Federal (PF), o grupo sob investigação se fragmentou em dois “eixos” de atuação com o objetivo de influenciar o resultado das eleições de 2022.

O primeiro eixo concentrou-se na disseminação de informações falsas a respeito de uma suposta fraude no sistema de votação eletrônico, alegando uma falsa vulnerabilidade no sistema.

Já o segundo eixo se dedicou a realizar ações para minar o Estado Democrático de Direito, visando efetuar um golpe. Essa fase, conforme as investigações, contou com o apoio de militares associados a táticas e unidades especiais, conhecidos como “kids preto”.

Se confirmadas, as condutas do grupo podem configurar crimes como organização criminosa, subversão da ordem democrática por meios violentos e tentativa de golpe de Estado.

Em relação aos alvos militares, a operação resulta da delação de Mauro Cid e de uma série de outras investigações em curso. Além dos ex-assessores de Bolsonaro, a operação inclui mandados de prisão preventiva para dois militares da ativa: o coronel Romão Correa Neto e o major Rafael Martins de Oliveira.

Nesta operação, há 16 militares identificados como alvos, incluindo membros das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”. Tais unidades existem desde 1957, conforme registros do próprio Exército.

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*Com informações do G1