Morales viaja a Cuba em meio a rumores de que se refugiará na Argentina
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, deixou o México na noite desta sexta-feira (7), em…
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, deixou o México na noite desta sexta-feira (7), em um avião em direção a Cuba, segundo informações publicadas no jornal El Universal, da Venezuela, citando fontes do governo mexicano.
O ex-mandatário boliviano teria partido com a explicação oficial de que iria fazer consultas médicas na ilha caribenha. Ele viajou acompanhado de seu ex-vice-presidente, Álvaro García Linera, e de sua família.
Morales vive no México, país que lhe concedeu asilo político, desde que renunciou ao cargo de presidente da Bolívia, no começo de novembro, após pressão das Forças Armadas e protestos intensos nas grandes cidades do país.
Pela rede social Twitter, Roberto Velasco, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores mexicano, afirmou que, segundo informou Morales, a viagem é temporária.
Uma fonte do governo eleito argentino, entretanto, confirmou à Folha que estão havendo conversas entre Morales e Alberto Fernández, presidente eleito da Argentina, para que, depois da próxima terça-feira (10), quando este tomar posse, o boliviano possa viajar para o país e pedir refúgio.
“Ele está tentando uma maneira de voltar para a Bolívia, e a Argentina seria o único caminho, já que o Brasil está apoiando Áñez [Jeanine Añez, que se proclamou presidente interina da Bolívia]. Ele sabe que agora que a lei das eleições foi aprovada, sua única chance de fazer uma tentativa é agora. Mas não irá conseguir, já perdeu seu apoio lá dentro”, disse à Folha o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, que está assessorando Áñez.
Os dois filhos de Morales já estão em Buenos Aires, acolhidos pelo governo de Mauricio Macri. Segundo o jornal El País, porém, Morales não quer fazer o mesmo, e prefere esperar que Fernández, um aliado ideológico, assuma antes de entrar no país.
Morales já havia dito à Folha, em entrevista exclusiva na Cidade do México, que ainda não sabe se ficará no México ou se mudará para a Argentina. Ele também afirmou que pretende voltar à Bolívia, ainda que não seja candidato a presidente. “Não sou nenhum delinquente”, disse.