O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato na 1ª instância, mandou soltar a empresária Mônica Moura – mulher e sócia do publicitário João Santana, marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma. O magistrado impôs fiança correspondente a valores já bloqueados nas suas contas correntes de R$ 28.755.087,49, e a desistência de recursos.
Na decisão, Moro ainda a proibiu de atuar “direta ou indiretamente, inclusive por interposta pessoa”, em qualquer campanha eleitoral no Brasil “até nova deliberação do Juízo”.
A condição é uma das estabelecidas por Moro para a soltura da empresária, responsável por cuidar da parte financeira das atividades do casal, que também fez campanhas em diversos países na América Latina.
O juiz também determinou à empresária a “proibição de deixar o País, devendo entregar em Juízo todos os seus passaportes, brasileiros e estrangeiros”; a “proibição de manter contatos com outros acusados ou investigados na assim denominada Operação Lava Jato, bem como com destinatários de seus serviços eleitorais”; e o “comparecimento a todos os atos do processo, salvo quando dispensada pelo Juízo.
Entenda o caso
Mônica foi presa preventivamente junto com João Santana em fevereiro, acusada de receber valores ilícitos em contas secretas no exterior e em dinheiro vivo no Brasil oriundos do esquema de corrupção na Petrobras e que teriam sido usados para bancar campanhas eleitorais nas quais o casal atuou.
Na semana passada, o casal alegou diante do juiz da Lava Jato que os US$ 4,5 milhões que receberam em uma offshore na Suíça em 2013 eram referentes a dívida de caixa 2 da campanha de Dilma em 2010.