Morre advogado baleado na cabeça pelo filho
Idis Junior afirmou em carta que matou o pai para não ser internado em clínica de recuperação novamente
O advogado Idis Paulo de Queiroz, de 70 anos, morreu hoje (26), em Goiânia. Ele foi internado após ser alvejado na cabeça pelo próprio filho, Idis Junior. O crime aconteceu na madrugada de ontem (25) em Jataí. O advogado estava dormindo quando recebeu os tiros. Ele foi inicialmente encaminhado ao Hospital Municipal de Jataí e em seguida transferido para o Instituto do Rim, no Setor Oeste, em Goiânia.
O presidente da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Lúcio Flávio, expressou, por nota, seu pesar e destacou a carreira do jurista. “Sua deixará uma lacuna imensa, difícil de ser preenchida. Os méritos do nobre colega o tornaram uma figura ímpar dentro do Direito em Goiás e não haverá homenagens o suficiente para expressar todo nosso carinho e gratidão”. Formado na Universidade Federal de Goiás (UFG), Idis foi um dos fundadores da OAB de Jataí, em 16 de junho de 1979.
Caso
A Polícia Civil confirmou que Idis Junior usou a arma do pai para cometer o crime. A esposa do advogado estava no quarto no momento do disparo e acionou o socorro. Após efetuar os disparou, Idis Junior ficou na casa e se entregou à polícia.
De acordo com o titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Jataí, delegado Elexandre Cezar Rossignolo, Idis Junior estava com uma carta escrita à mão no momento em que foi preso. No texto, ele explica que matou o pai porque se sentia repreendido e controlado desde criança, razão pela qual passou a usar maconha. O autor do crime conta também que o pai o internou para tratamento algumas vezes contra sua vontade.
“Ele disse em depoimento que ficou sabendo que o pai iria interna-lo de novo e não queria ficar longe da filha de oito meses”, afirma Elezandre. Ainda segundo o advogado, o suspeito termina a carta dizendo que praticou o crime para que a filha não ficasse traumatizada pelo resto da vida com a sua ausência, como ele ficou com o pai.
Com a morte do advogado, Idis Junior deve ser indiciado por homicídio qualificado consumado, que tem previsão de 12 a 30 anos de reclusão.