Morre mulher atropelada pelo jogador Marcinho, ex-Botafogo
Maria Cristina José Soares, de 66 anos, estava internada com ferimentos graves há seis dias; seu companheiro, Alexandre Silva Lima, de 44, morreu no momento do acidente
Morreu, nesta terça-feira, a professora Maria Cristina José Soares, de 66 anos, que foi atropelada no último dia 30 de dezembro, no Recreio dos Bandeirantes, pelo jogador de futebol Márcio Almeida de Oliveira, conhecido como Marcinho, ex-lateral do Botafogo. Ela estava internada há seis dias num hospital particular da Barra da Tijuca, com ferimentos graves. Seu companheiro, Alexandre Silva Lima, de 44 anos, também foi atingido pelo veículo e morreu no momento do acidente.
Segundo o advogado Márcio Albuquerque, que defende a família da professora ao lado do também advogado André Nascimento, o estado de saúde de Maria Cristina se agravou após ela ter passado por duas cirurgias por conta de fraturas sofridas no acidente.
— Ela perdeu muito sangue e fez uma cirurgia pesada. Ontem (segunda-feira) ela piorou e faleceu na noite desta terça-feira — disse advogado Márcio Albuquerque.
Maria Cristina é a segunda vítima do atropelamento, ocorrido na Avenida Sernambetiba, na noite de 30 de dezembro. O marido dela, o também professor do Cefet/RJ Alexandre Silva Lima, de 44, que a acompanhava quando o acidente ocorreu, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Segundo investigação da 42ªDP (Recreio dos Bandeirantes), Marcinho fugiu do local sem prestar socorro às duas vitimas.
Testemunhas dizem que veículo estava em alta velocidade
Com a morte da professora, Marcinho passará a responder por duplo homicídio culposo, ou seja quando não intenção ou dolo de executar o crime. Nesta terça-feira, três testemunhas prestaram depoimento ao delegado Alan Luxardo, da 42ªDP. Duas delas afirmaram ter visto o carro dirigido pelo jogador trafegando em alta velocidade, costurando na pista. Na segunda-feira, o jogador havia alegado em seu depoimento que trafegava a 60 quilômetros e que não havia ingerido bebida alcoólica.
Nesta segunda-feira, o jogador e o pai Sérgio de Oliveira prestaram depoimento na 42ªDP. Marcinho admitiu que dirigia um Mini Cooper, que atropelou o casal. No entanto, o jogador alegou que tentou frear e desviar do casal, mas não conseguiu. Marcinho também alegou que os dois atravessando fora da passagem de pedestre. O advogado do atleta, Gabriel Habib disse, na saída da delegacia, que Marcinho saiu do local sem prestar socorro as vítimas por temer um linchamento, já que um grupo de pessoas teria se aglomerado próximo ao carro logo após o atropelamento.
Habib disse ainda, na ocasião, que o jogador vinha sofrendo ameaças de torcedores do Botafogo, em suas redes sociais.
Maria Cristina e Alexandre estavam juntos há 12 anos e completariam dois anos de união estável este mês. De acordo com um dos advogados, Maria lutava contra o câncer e tinha como principal apoiador na batalha contra a doença o companheiro Alexandre.