Motorista morre baleado após bater em carro de atirador em São Paulo
Empresário detido em flagrante tem três armas com registro de colecionador e disse que mirou em poste
Um empresário de 30 anos, que não teve a identidade revelada, foi preso por suspeita de matar um motorista com um tiro nas costas na madrugada de domingo (7), em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. O detido possui três armas com o registro para CAC (sigla para caçadores, atiradores e colecionadors de armas), segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).
A vítima é o motorista Lindomar Benedito da Silva, de 34 anos, que voltava de São João da Boa Vista, também no interior, onde tinha ido visitar os pais no final de semana.
O crime ocorreu por volta das 5h30, após o detido ter seu carro atingido pelo veículo de Silva, um Volkswagen Gol. O automóvel Honda Civic do empresário estava estacionado na rua.
“Pelas informações iniciais, o atirador ouviu o barulho da colisão, saiu da casa e atirou na direção do carro do Lindomar, achando que ele estava fugindo do acidente”, disse Rogério de Pontes, advogado contratado pela família da vítima na tarde desta segunda-feira (8).
A bala atravessou a lataria do carro e acertou o motorista nas costas, que ainda bateu o veículo contra um poste. “O suspeito confessou ter atirado na direção do poste em que a vítima bateu com o carro e entregou aos policiais as três armas que possuía com o registro como CAC (Caçador, Atirador e Colecionador). O homem foi detido em flagrante e permaneceu à disposição da Justiça”, informou em nota a SSP.
Ainda segundo a secretaria, foram solicitados exames periciais ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal. O caso foi registrado como homicídio no Plantão da Delegacia Seccional de Mogi Guaçu.
A família da vítima contratou um advogado porque diz não ter conseguido acesso ao boletim de ocorrência nem ao nome do empresário.
“Não nos falaram nada na delegacia. Nem o nome dele nos passaram. Estão protegendo o assassino. A gente quer justiça, que ele fique preso. Ele pagou fiança e foi embora”, disse a técnica de enfermagem Patrícia da Silva Bernardes, 25, irmã de Silva. “A gente está em choque.”
O advogado deve pedir as informações da perícia. “O que a gente sabe é que o atirador é um empresário influente da cidade. O cara do nada sai na rua, atira e mata um pai de família. Isso é absurdo. Soubemos que ele passou por audiência de custódia na parte da manhã, pagou fiança e foi liberado.”
A SSP afirmou que não poderia informar o nome do empresário por ser informação sensível e que se baseia na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
A vítima, que morava em Mogi Guaçu havia quatro anos e trabalhava como motorista de ônibus de uma empresa particular, foi sepultada nesta segunda em São João da Boa Vista. Ele deixou três filhos, sendo dois do primeiro casamento e um de três anos, do casamento atual.