O presidente Jair Bolsonaro compareceu, na manhã desta segunda-feira, à comemoração dos 130 anos do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), na Zona Norte da capital fluminense. Ao discursar durante o evento, Bolsonaro elogiou o vice-presidente Hamilton Mourão, que é ex-aluno do CMRJ, referindo-se a ele como “um amigo dos momentos difíceis”. Mourão foi duramente criticado há pouco mais de duas semanas pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.
— Cumprimento o vice-presidente Hamilton Mourão, meu contemporâneo na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) e ex-aluno do Colégio Militar. Amigo dos momentos difíceis. Juntos cumpriremos essa missão — disse Bolsonaro, que também fez cumprimentos às outras autoridades presentes.
Também compareceram ao evento o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, o governador Wilson Witzel, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), além dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).
O aceno a Mourão, integrante da ala militar do governo, acontece um dia após o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, ter dito ao presidente que estaria sofrendo ataques nas redes sociais sob coordenação dos filhos de Bolsonaro, do chefe da Secretaria de Comunicação e de assessores ligados ao ideológo Olavo de Carvalho.
A cerimônia acompanhada pelo presidente marcou o lançamento de um selo e de uma medalha comemorativa em alusão aos 130 anos do Colégio Militar. Durante o evento, iniciado por volta das 8h45m, foi possível ouvir dentro do Colégio Militar, em alguns momentos, o barulho damanifestação no entorno organizada por alunos de instituições federais, como Pedro II, IFRJ e Cefet, contra os cortes no orçamento da educação anunciados pelo governo Bolsonaro na última semana.
Mais alunos em colégios militares
Bolsonaro reafirmou a promessa de campanha de implementar colégios militares em todas as capitais do país, e disse que “já estamos concretizando” a construção de uma unidade na área do Campo de Marte, em São Paulo. Ele afirmou que é preciso “promover uma educação que prepare nossos jovens para os desafios da quarta geração da Revolução Industrial”.
— O que tira o homem e a mulher da situação difícil em que se encontra é o conhecimento. Os colégios militares são exemplo de ensino de excelência. Queremos mais crianças e jovens estudando nesses bancos escolares — disse o presidente.
Antes de discursar, Bolsonaro foi saudado pelo comandante do CMRJ, Himário Brandão Trinas, que lembrou a presença do general João Batista Figueiredo na cerimônia de aniversário, há 40 anos, e disse que “é com muita alegria que o colégio recebe novamente a presença de um presidente da República”.
Aplaudido pelo público do evento, Bolsonaro chegou ao Colégio Militar, no bairro do Maracanã, Zona Norte do Rio, por volta das 8h, quando houve uma salva de tiros de canhão. Ele depositou flores no túmulo de Thomaz Coelho, considerado o fundador do Colégio Militar.
A previsão é de que o presidente retorne à Brasília ao meio-dia, logo após o encerramento desta agenda. À tarde, consta na lista de compromissos oficiais um encontro dele com o ministro da Economia, Paulo Guedes.