RACISMO?

MP de Goiás vai apurar prisão de jovem que ouviu “vai gritar Lula lá na África”

O Ministério Público de Goiás vai apurar uma abordagem da Polícia Militar e Guarda Civil…

O Ministério Público de Goiás vai apurar uma abordagem da Polícia Militar e Guarda Civil a um jovem negro de Novo Gama, no entorno do Distrito Federal. O ofício pela apuração é desta quinta-feira (6) e solicita às duas corporações esclarecimentos sobre a filmagem que mostra o rapaz sendo algemado, enquanto ouvia os agentes dizerem: “Vai gritar Lula lá na África.” O caso aconteceu no último domingo (2), dia das eleições, no Residencial Brasília.

O MP também emitiu nota em que repudia o racismo e a xenofobia. O órgão diz que, além de investigações administrativas e criminais, também se dedica ao enfrentamento de “crimes de ódio e intolerância”, tendo, inclusive, a Comissão de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade.

Ainda sobre o caso, o secretário de Segurança Pública de Novo Gama, Jesson Rodrigues Ferreira, explicou ao Mais Goiás que a Guarda Civil foi acionada para reforçar uma possível ocorrência de boca de urna. Ele afirma que o rapaz estava com um grupo de pessoas próximos a zona de votação, que gritavam palavras de apoio a algum candidato.

Apesar de haver um grupo, somente o jovem negro foi detido. Quando era algemado, era possível ouvir a frase direcionada a ele: “Vai gritar Lula lá na África.” Por esse motivo, acredita-se que ele era apoiador do ex-presidente Lula (PT). A pessoa que grava a situação chega a dizer que o rapaz estava sendo preso por ser eleitor do petista e nega envolvimento de outras pessoas na situação.

Ainda segundo o secretário, o jovem chegou a ser levado para o 19° Batalhão da PM. Lá, “uma apuração minuciosa foi feita” e chegou a conclusão de que não tinham elementos suficientes para prender o rapaz. Isso porque, não havia sido registrado nenhum documento gráfico que comprovasse a suposta boca de urna cometida por ele. Sendo assim, os policiais foram orientados e liberar o jovem e, inclusive, afirmam tê-lo levado em casa. A situação nem mesmo chegou a ser registrada como boletim de ocorrência.