MP denuncia Pablo Marçal por expor vida de pessoas a perigo iminente no Pico dos Marins
Em 2022, ex-coach levou 60 pessoas para pico em São Paulo e grupo precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros

Em janeiro de 2022, o ex-coach goiano Pablo Marçal levou um grupo de pessoas para um desafio no Pico dos Marins, em São Paulo, durante uma excursão que fazia parte de um curso motivacional intitulado “O pior ano da sua vida”. A expedição enfrentou chuvas intensas, ventos fortes e frio, e os participantes, que ficaram em situação de risco e sem equipamentos adequados, foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Agora, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou denúncia contra o influenciador devido ao episódio.
Marçal, que foi candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024, é acusado de ter exposto a vida das pessoas que participaram da excursão a perigo direto e iminente, de maneira continuada. Segundo a Promotoria, a conduta do ex-coach se enquadra no artigo 132 do Código Penal, que tem pena de três meses a um ano de detenção.
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Junto com a denúncia, apresentada em 7 de março, a Promotoria apresentou também um acordo de transação penal, permitindo a Pablo Marçal encerrar o processo pagando o valor de R$ 273.240 “para uma entidade pública ou privada com destinação social”. Esse tipo de proposta pode ser feito em casos de crimes de menor gravidade ou com pena inferior a dois anos.
A defesa do goiano afirmou que ele não tem interesse no acordo e que provará sua inocência no processo. “O mesmo não tem interesse em firmar o acordo de transação penal proposto pelo Ministério Público, tendo em vista estar plenamente convicto de sua inocência, que será provada por ocasião da instrução probatória”, diz a nota.
Após a apresentação da denúncia, houve uma manifestação da juíza Rafaela Glioche, da Comarca de Piquete, determinando a intimação dos advogados de Marçal para que informassem, no prazo de 15 dias, se têm ou não interesse no acordo.
Passado esse prazo e não havendo acordo, a Justiça deve então avaliar se recebe ou não a denúncia, e Marçal pode passar à condição de réu no processo.
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“Na medida em que subiam a trilha rumo ao cume, a chuva aumentou, exsurgindo significativa neblina e vento forte, com pouca visibilidade, o que tornava o trajeto inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias, afora o risco de hipotermia (algumas pessoas estavam com as vestimentas encharcadas sem peças de troca)”, afirma peça assinada pela promotora Renata Galhardo Zaros.
“Contudo, o denunciado desdenhou dos avisos e chamou o guia de ‘covarde’, conclamando aos presentes que o seguissem.”
A Promotoria afirma que, de um grupo que seria de cerca de 60 pessoas, 32 acompanharam Marçal depois disso. E que o resgate só foi acionado mais tarde e sob resistência de Marçal.