MP-GO recorre ao STF contra a soltura de Maurício Sampaio
Empresário foi condenado a 16 anos de prisão por estar envolvido na morte do jornalista Valério Luiz
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a decisão em habeas corpus do desembargador Ivo Favaro, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que determinou liminarmente a soltura do empresário Maurício Sampaio. Acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista Valério Luiz, ele foi condenado pelo Tribunal do Júri de Goiânia a 16 anos de prisão, em julgamento concluído na última quarta-feira (9).
O pedido de suspensão de liminar foi protocolado ainda na sexta-feira (11), pela Procuradoria Especializada em Recursos Constitucionais do MP.
No pedido, a promotora de Justiça Renata Silva Ribeiro de Siqueira, que integra a equipe da Procuradoria Especializada, aponta graves lesões à ordem e à segurança, bem como ao interesse público com a soltura do réu.
No documento é requerido, o deferimento liminar do pedido pela Presidência da Suprema Corte, para ser imediatamente suspensa a decisão proferida no habeas corpus e que seja restabelecida a prisão de Maurício Sampaio.
O MP-GO aguarda agora a decisão do STF sobre o pedido.
Vale citar, que a Justiça determinou a soltura de Maurício Sampaio em decisão proferida pelo desembargador Ivo Favaro na sexta-feira (11), dois dias depois de sua condenação.
Relembre as penas
Na decisão da última quarta-feira (9), o júri condenou Maurício Sampaio a 16 anos de prisão. Segundo os autos, ele foi o mandante do crime, “em um contexto grave, como represália às críticas proferidas pela vítima ao réu, que, à época, exercia o cargo de vice-presidente do Atlético Goianiense”.
Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos contra Valério Luiz, foi condenado a 16 anos de prisão. Urbano de Carvalho Malta, que teria contratado Ademá para cometer o crime, teve pena estipulada em 14 anos de prisão.
O júri também decidiu pela condenação de Marcus Vinícius a 14 anos de prisão por ajudar no homicídio. De acordo com a decisão, ele foi o responsável por emprestar a motocicleta, o capacete e a camiseta utilizada no crime. Ele também teria guardado a arma usada por Ademá e um aparelho celular utilizado para se comunicar com os demais réus.
A única absolvição foi dada a Djalma Gomes da Silva. Ele era acusado de auxiliar no planejamento do assassinato, além de atrapalhar as investigações.
Na votação, os réus obtiveram 4 votos a 3 no caso dos condenados. Para a absolvição, o placar foi o mesmo, de 4 a 3.
Morte de Valério Luiz
A morte do radialista Valério Luiz completou 10 anos no último dia 5 de julho. O profissional foi assassinado em 2012, quando saía do local em que trabalhava no Setor Bueno, em Goiânia.
Segundo o Ministério Público, o assassinato ocorreu em razão de críticas feitas pelo profissional, que teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, à época ligado à direção do Atlético Goianiense.