SUPOSTO FAVORECIMENTO

MPE requer investigação de empório por promoção de vinho a R$ 22 até a véspera das eleições, em Goiânia

Segundo MP Eleitoral, número e símbolos usados na publicação da promoção são os mesmos usados na campanha de reeleição de Jair Bolsonaro

MPE pede investigação de adega por vender vinho a R$ 22 até véspera das eleições (Foto: Reprodução - Redes Sociais)

O Ministério Público Eleitoral (MPE) de Goiás pediu que a Polícia Federal investigue uma adega que criou promoção para comercializar vinhos a R$ 22 até a véspera do segundo turno das eleições, em Goiânia. De acordo com o órgão, o estabelecimento baixou o preço de 10 rótulos para o mencionado valor por unidade, número relacionado à campanha de Jair Bolsonaro. A solicitação foi feita na quarta-feira (19) pelo promotor de justiça Haroldo Caetano.

No documento, o promotor chama atenção para a duração da promoção, que vai até dia 29 de novembro, véspera do segundo turno das eleições. Além disso, classifica o preço das bebidas como “incomum e baixo, já que algumas marcas podem chegar a R$ 149 e são comercializadas  por valores menores que a metade do preço.

“Quero convidar vocês para vir conhecer a nossa seleção de vinhos por apenas R$ 22”, diz um anúncio publicado nas redes sociais do empório. Ao fundo, é possível ver cartazes com coloração verde e amarela com o valor promocional.

Após a publicação do pedido de investigação, o comércio fez uma novo postagem, em que associa a promoção à Copa do Mundo e mostra um novo valor, de R$ 21,90.

MPE pede investigação de adega por vender vinho a R$ 22 até véspera das eleições
Adega que vendia vinho a R$ 22 mudou preço após anúncio da investigação (Foto: Reprodução – Redes Sociais)

O MPE  pede que a polícia verifique as notas fiscais dos rótulos de vinhos que fazem parte da promoção, assim ficará constatado se existe ou não interesse político ou vantagem indevida ao eleitorado.

O Mais Goiás procurou o Empório Sete para manifestação, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto.

Promoção de eleição

Essa é a segunda investigação solicitada pelo MPE em Goiás. No último dia 2 de novembro, data do primeiro turno das eleições, um frigorifico anunciou uma promoção de peças de picanha vendidas a R$ 22 para quem comparecesse ao local vestido com a camisa da seleção brasileira. O preço original da peça é de R$ 129,99.

A promoção ficou marcada por tumultos e a morte de uma mulher que foi espremida em meio a aglomeração e sofreu uma hemorragia. O local também passou por fiscalização do Procon Goiânia que encontrou carnes comercializadas fora do prazo de validade.

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