DEPUTADO

MPF pede condenação de Aécio Neves por corrupção passiva

Caso envolve suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina de Joesley Batista, ex-presidente da J&F

MG: Aécio lidera ao Senado, mas só deve definir o cargo que disputa na quinta (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na última terça-feira (22), o Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação e cassação do mandato do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção passiva e receber vantagem indevida. O parlamentar é acusado de receber R$ 2 milhões em propina de Joesley Batista, então presidente da J&F, em 2017, quando este era senador.

Batista e o ex-diretor da J&F, Ricardo Saud, confirmaram o pagamento de propina em delação premiada. Segundo a denúncia, o pedido foi feito inicialmente pela irmã de Aécio Neves e repassado para um primo do político.

O deputado federal afirma que o dinheiro não era propina, mas um empréstimo que solicitou ao empresário. No entanto, segundo o Ministério Público, Neves não esclareceu por que o montante foi entregue em espécie, em vez de transferência bancária.

Segundo o MPF, Joesley Batista tinha a intenção de “comprar boas relações” com o então senador e ganhar um aliado político.

Em nota, a defesa de Aécio afirma que o MPF “ignorou o fato de que os próprios delatores, quando ouvidos em juízo, afastaram qualquer ilicitude envolvendo o empréstimo feito ao deputado”.

Aécio Neves virou réu na Operação Lava Jato em 2018, acusado de corrupção passiva e obstrução da justiça. O MPF retirou a última acusação.

Os pedidos do MPF foram feitos nas alegações finais, última etapa antes do julgamento. Além da perda de mandato, o Ministério pede que o deputado seja obrigado a devolver os R$ 2 milhões recebidos em propina e a pagar R$ 4 milhões para reparação dos danos decorrentes da corrupção.

Confira na íntegra a nota da defesa do deputado Aécio Neves:

O Ministério Público Federal reconheceu os equívocos das acusações formuladas originalmente pela PGR e pediu a absolvição do Deputado Aécio Neves pelo crime de obstrução de justiça, mas, surpreendentemente, ignorou o fato de que os próprios delatores, quando ouvidos em juízo, afastaram qualquer ilicitude envolvendo o empréstimo feito ao Deputado que, segundo eles próprios, não teve qualquer contrapartida. As provas deixaram clara a inexistência de qualquer crime e a defesa aguarda, com tranquilidade, a apreciação pelo Poder Judiciário.”

*Com informações do Congresso em Foco