Mudança da Deam pode gerar subnotificação de casos de violência contra mulher, aponta entidade
Conselho Estadual da Mulher diz que mudança do atendimento do Setor Central para o Jardim Curitiba II pode ocasionar subnotificação
Os atendimentos da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) do Centro de Goiânia foram transferidos temporariamente para a Deam da região Noroeste e para a Central de Flagrantes, no Setor Cidade Jardim. A mudança ocorre desde o dia 14 de novembro, em razão de obras de reforma. A Polícia Civil diz que as vítimas estão recebendo assistência adequada. O Conselho Estadual da Mulher de Goiás (Conem), no entanto, vê a situação com preocupação, já que a distância entre os locais pode ocasionar subnotificação.
Segundo a Polícia Civil, por conta de uma reforma nas instalações principais da 1ª Deam, o expediente da especializada passou a atuar na 2ª Deam, no Jardim Curitiba, a 16 km de distância.
Os autos de prisão em flagrante, solicitações de medida protetiva de urgência e RAIs, por sua vez, estão sendo feitos pela equipe plantonista na Central Geral de Flagrantes, na Av. Eng. Atílio Corrêa Lima, no Setor Cidade Jardim.
Preocupação
A mudança no local de atendimento da especializada é visto com preocupação pelo Conselho Estadual da Mulher. Segundo Ana Rita de Castro, presidente da entidade, a distância entre uma delegacia e outra é grande e surge como um “dificultador” para mulheres que precisam de atendimento urgente.
“O acesso à delegacia do Jardim Curitiba é difícil. Há uma dificuldade de locomoção por meio do transporte público e muitas mulheres não têm condição financeira de se deslocar para lá através de transporte particular. Essa mudança pode limitar as vítimas a fazerem as denúncias, gerando, assim, um quadro de subnotificação”, criticou.
Polícia Civil diz que atendimento segue normal
De acordo com nota publicada pela Polícia Civil nas redes sociais, a 2ª Deam foi recentemente reformada e ampliada e comporta o expediente das duas especializadas.
A PC afirma que os transtornos das obras são “provisórios” para um “benefício duradouro”. Segundo a corporação, os atendimentos nunca foram paralisados e continuam normais a todas as mulheres que procuram a delegacia.
O Mais Goiás procurou a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) em busca de um posicionamento sobre o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço está aberto para manifestação.